Câmara recebe pedido para cassar vereador acusado de bater na mulher
Requerimento apresentado por outros dois vereadores contra Diego Carcará será lido no dia 15
A Câmara de Fátima do Sul, cidade a 239 km de Campo Grande, recebeu pedido de cassação do mandato do vereador Diego Candido Batista (PSD), o “Diego Carcará”, preso em janeiro deste ano, acusado de bater na mulher e na enteada com chinelo. Ele ficou quase 20 dias na cadeia, mas reassumiu a cadeira no Legislativo no dia 3 deste mês.
Na sessão ordinária marcada para terça-feira (15), será lido em plenário o requerimento protocolado ontem pelos vereadores Nilsinho Construtor e Silvana Vasconcelos (ambos do MDB). Havia informação de que a leitura seria hoje, mas a sessão foi dedicada às homenagens pelo Dia Internacional da Mulher.
Com base no artigo 35 da Lei Orgânica Municipal, os dois vereadores cobram da Mesa Diretora a abertura de processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.
No documento, os vereadores emedebistas lembram que o colega, além de ter se envolvido em grave episódio de violência contra a mulher e de ter sido preso preventivamente, ainda terá de responder ao processo criminal pelos mesmos atos. “Tudo isso cria enorme desgaste para esta Câmara Municipal”, diz trecho do requerimento.
Nilsinho Construtor e Silvana Vasconcelos citam que as provas contra Diego Carcará são suficientes para embasar o pedido de cassação. “Seu comportamento é obviamente incompatível com o decoro parlamentar.”
Preso em flagrante - Dono de corretora de imóveis em Fátima do Sul e vereador pelo segundo mandato, Diego Carcará, 33, foi preso acusado de agredir a chineladas a mulher, de 31 anos, e a enteada, de 12, na noite de 23 de janeiro. A esposa disse que ele estava bêbado.
A mulher contou à polícia que era submetida a constantes agressões e ameaças por parte do vereador. Segundo ela, Diego a impedia até mesmo de ter acesso a dinheiro, às contas bancárias e aos documentos pessoais e dos veículos do casal.
A briga daquele dia teria começado após Diego derrubar o filho, de um ano. A enteada pegou o bebê no colo para tentar fazê-lo parar de chorar e foi agredida pelo padrasto com uma chinelada.
A mulher saiu em defesa da filha e também teria sido espancada. Já na delegacia, Diego teria passado perto da esposa e a ameaçado caso mantivesse a denúncia.
Ele passou 19 dias na cadeia, sendo 15 deles na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), de onde saiu no dia 16 de fevereiro.
A liberdade foi concedida pelo juiz da comarca de Fátima do Sul, mas com medidas cautelares. O vereador não pode frequentar bares, não pode sair depois das 18h de casa e precisa manter distância mínima de 100 metros da mulher.
*Matéria alterada para correção de informações.