Em liberdade, vereador acusado de bater na mulher reassume mandato dia 3
Afastamento de 30 dias termina daqui duas semanas e até agora, não houve pedido de cassação de Diego Carcará
Preso no dia 23 de janeiro deste ano acusado de bater na mulher e na enteada com chinelo, o vereador Diego Candido Batista (PSD), o “Diego Carcará”, vai reassumir no dia 3 de março sua cadeira na Câmara de Fátima do Sul, cidade a 239 km de Campo Grande.
O político e empresário passou 19 dias na cadeia, sendo 15 deles na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), de onde saiu na sexta-feira (16).
A liberdade foi concedida pelo juiz da comarca de Fátima do Sul, mas Diego tem de cumprir medidas cautelares. Ele não pode frequentar bares, não pode sair depois das 18h de casa e terá de manter distância mínima de 100 metros da mulher.
O vereador foi suspenso do mandato por 30 dias sem direito a receber o salário e substituído pela suplente Maria Lucélia de Figueiredo Gomes (PSD).
Conforme o presidente da Câmara, Ermeson Cleber Mendes (PDT), a suspensão termina no dia 1º de março, mas devido ao período de carnaval, ele deve reassumir no dia 3. Segundo Mendes, até agora, não foi protocolado nenhum pedido de cassação do mandato dele por quebra de decoro.
Dono de corretora de imóveis em Fátima do Sul e vereador pelo segundo mandato, Diego Carcará, 33, foi preso acusado de agredir a chineladas a mulher, de 31 anos, e a enteada, de 12, na noite de 23 de janeiro. A esposa disse que ele estava bêbado.
Em depoimento à polícia, a mulher disse que era submetida a constantes agressões e ameaças por parte do vereador. Segundo ela, Diego a impedia até mesmo de ter acesso a dinheiro, às contas bancárias e aos documentos pessoais e de veículos do casal.
A briga que resultou em agressões físicas que o levaram à prisão teria começado após Diego derrubar o filho, de um ano. Ele teria desferido chinelada na enteada que estava com o bebê no colo. A mulher saiu em defesa da filha e também teria sido espancada. Na delegacia, o vereador teria passado perto da esposa e a ameaçado caso mantivesse a denúncia.
Na sexta-feira, horas depois de sair da prisão, Diego Carcará postou no Facebook a foto de grupo de jovens dentro de igreja católica e recebeu mensagens de apoio. Ele também apagou todas fotos em que aparecia ao lado da mulher.