Casal de MS está em fase de "aproximação" e pode adotar a bebê Maria
Maria completa 54 dias de vida no CTI do HU com graves problemas de saúde e à espera de adoção
Casal residente em Mato Grosso do Sul está em processo de “aproximação” da bebê Maria, 54 dias de vida e grave problemas de saúde. O caso dela se tornou conhecido depois que a mãe biológica morreu poucos dias após o parto e a criança ficou sozinha, internada no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do HU (Hospital Universitário), em Campo Grande.
Segundo informações do HU, a bebê passou por uma traqueostomia ontem, está sendo alimentada por sonda, e não tem previsão de alta. O estado de saúde dela ainda é considerado muito delicado.
A Justiça resolveu divulgar a situação de Maria depois que não foram encontrados pais aptos ou interessados pelo SNA (Sistema Nacional de Adoção). Hoje, no Dia Nacional da Adoção, a informação é que perspectiva para a bebê é animadora.
O juiz Maurício Miglioranzi Santos, da 1ª Vara Cível de Corumbá, disse que o casal deve conhecer Maria esta semana. É a fase da aproximação, considerado período importantíssimo para que todos se conheçam e possa ser estabelecido um vínculo.
“É um casal que já tem filhos e se identificou muito com o quadro da bebê”, disse Santos. O juiz preferiu não dar mais detalhes sobre eles, como a cidade onde residem. Eles não fazem parte do cadastro SNA e entraram em contato com a Justiça interessados em adotar Maria.
O casal já está passando por processo de entrevista com as técnicas do Juizado e apresentando documentação, como comprovantes de renda e residência. Os procedimentos tramitam pela Justiça de Corumbá, onde a menina nasceu.
A partir do resultado da aproximação e da análise desses documentos, caso não haja empecilhos, a guarda provisória pode ser dada em até 30 dias.
Mesmo que a guarda seja concedida, Maria continuará internada no CTI. A bebê teve episódios de convulsão e é alimentada por sonda. No nascimento, teve falta de oxigenação cerebral, o que comprometeu funções cerebrais.
Suporte – A adoção nessas condições, segundo o magistrado, pode auxiliar na recuperação da criança. “Há uma resposta melhor no tratamento quando há uma família em dedicação exclusiva, acompanhando no hospital e perguntando sobre a criança para a equipe médica”, comentou em entrevista anterior.
Atualmente, 86 crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos estão disponíveis para adoção em Mato Grosso do Sul. Até 2 anos de idade são apenas quatro e de 2 a 6 anos, 16 crianças.