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Cidades

Pais que adotarem recém-nascida vão acompanhá-la em hospital até a alta

Setor psicossocial do Tribunal da Justiça já analisa 20 casais que podem vir a adotá-la

Lucia Morel | 11/05/2022 15:15
Bebê prematuro em Unidade de Terapia Intensiva de hospital. (Foto: Divulgação HRMS)
Bebê prematuro em Unidade de Terapia Intensiva de hospital. (Foto: Divulgação HRMS)

Os pais que adotarem a pequena Maria*, recém-nascida de 41 dias, não a levarão para casa até que ela tenha condições de saúde para sair do hospital. Com sequelas por falta de acompanhamento pré-natal da mãe, a menina está em Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande.

Segundo o juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, da 1ª Vara Cível de Corumbá e responsável pelo caso, a pequena já tem 20 casais interessados, todos entraram em contato através de número divulgado pelo Campo Grande News e estão sendo analisados por assistente social do Tribunal de Justiça. “O retorno com esses casais é de forma rápida”, disse, informando ainda que assim que um deles passar análise, o processo de adoção acontece.

Esses 20 interessados são além dos 14 em Mato Grosso do Sul que já tinham sido procurados pela Justiça na tentativa de que a criança fosse adotada. Todos declinaram. Após a divulgação pelo Campo Grande News, a procura foi intensa e a linha telefônica para mais informações congestionou. “Só de e-mail, recebemos mais de 300”, disse o magistrado.

Para tentar facilitar ainda mais esse acesso, o juízo está disponibilizando também um contato via WhatsApp pelo (67) 3907-5760. “Há ansiedade de todos os lados, dos pais que desejam muito ter filhos e assim, o perfil etário dela (recém-nascida) é ótimo, e tem a ansiedade da Justiça também, de dar um lar pra essa criança”, afirmou sobre a intensa procura por informações.

Sede do Hospital Universitário em Campo Grande, onde bebê está internada. (Foto: Divulgação HU)
Sede do Hospital Universitário em Campo Grande, onde bebê está internada. (Foto: Divulgação HU)

Suporte emocional – Mas por que adotar uma criança ainda internada? Para o magistrado, há experiências de adoção similares e assim, a recuperação da criança é acelerada. “Há uma resposta melhor no tratamento quando há uma família em dedicação exclusiva, acompanhando no hospital e perguntando sobre a criança para a equipe médica”, comenta.

Maria*, como é chamada pelos profissionais de saúde que cuidam dela e pela equipe da Justiça, tem várias sequelas na saúde e certa deficiência intelectual ainda não mensurada. Para o juiz, ainda que a pequena não seja adotada, ela serviu como exemplo para chamar a atenção para um problema crônico que é o de crianças afastadas de suas famílias, nos abrigos e que precisam de um lar e de uma família.

“São muitas crianças, pequenas e também maiores em casas de acolhimento quando há quem possa adotá-las e fazer a diferença na vida dessa meninada. Talvez, a Maria, como a chamamos, seja a bandeira que precisava ser levantada para chamar atenção para a guerra que enfrentamos todos os dias de ver crianças afastadas de suas famílias.”

Caso - A recém-nascida de apenas 41 dias está internada em estado crítico em hospital de Campo Grande e sozinha, depois que a mãe morreu dias após o parto, em Corumbá, cidade a 419 km da Capital.

A mãe biológica faleceu sem ter passado por nenhuma consulta de pré-natal e com isso, a bebê nasceu com graves problemas de saúde.

Matéria alterada às 10h24 de 12 de maio para acréscimo de informação.

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