Chefe do PCC preso em março na fronteira, 'Bebezão' é condenado a 33 anos
Weslley está preso Penitenciária Federal de Porto Velho; ele comandava o tráfico de drogas entre MS e Paraguai
Preso desde março, em Porto Velho, Rondônia, Weslley Neres dos Santos, o 'Bebezão', foi condenado a 33 anos de prisão. Chefe da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), ele coordenava o tráfico de drogas entre Mato Grosso do Sul e Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Segundo o Ministério Público, ele assumiu o comando depois da prisão de Giovanni Barbosa da Silva, o 'Bonitão', em janeiro de 2021.
'Bebezão' passou a ser investigado em outubro de 2020, pela Polícia Federal, depois ser abordado dirigindo uma caminhonete relacionada a Giovanni, que estava foragido na época.
Além de dinheiro, a polícia encontrou com ele, o passaporte de uma das namoradas de Giovanni, e pareado no sistema multimídia do veículo estava "iPhone de Giovanni". Somado a isso, interceptações telefônicas mostraram diversas conversas entre os dois, dentre os assuntos, tráficos de drogas, rotina da facção, fotos e selfies.
Weslley foi preso em março, em Pedro Juan Caballero, nos fundos de um lava-rápido, no Bairro Perpétuo Socorro, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande, junto com outras pessoas ligadas ao PCC, enquanto fazia reunião virtual com um membro da facção na Bolívia.
O grupo estava com 11 veículos, seis fuzis automáticos, farta munição e coletes à prova de bala. Segundo a agência antidrogas do Paraguai, a reunião servia justamente para definir os próximos ataques que ocorreriam.
“Estavam planejando atacar instituições bancárias muito importantes do Brasil e transportadoras de valores em nosso país”, afirmou Zully Rolón. Segundo a ministra, os presos fazem parte do nível médio-alto da facção.
Assim como Giovanni, “Bebezão” é de São Paulo, berço da facção criminosa que, atualmente, está presente em quase todos os estados brasileiros e países sul-americanos, principalmente, Paraguai e Bolívia. Weslley era procurado pela PF por tráfico internacional de drogas e de armas.
A ministra da Senad confirmou que Weslley estava matriculado no primeiro ano do curso de medicina da Universidad Central Del Paraguay, em Pedro Juan Caballero. Ele tinha credencial emitida pela faculdade e usava o documento para circular livremente pelo Paraguai.
Operação Exílio – Deflagrada em 25 de junho de 2020, com o intuito de identificar agentes vinculados ao PCC atuantes na região de fronteira, a A Operação Exílio, investigou Giovanni e, depois, relação de subordinação entre Weslley e Giovanni, além da “promoção” de Weslley ao posto de comando da facção. “Em outras palavras, Weslley teria sido elevado à liderança da organização criminosa em decorrência das diligências tomadas a cabo em razão da Operação Exílio – ou ‘empossado’ na função de chefia”, esclarece a sentença.