Chuva não dá trégua e Estado tem quatro pontos críticos de alagamentos
Com chuvas constantes desde o fim de semana, muitos moradores do sul do Estado continuam desalojados e algumas famílias não poderão voltar para casa. Em Nova Alvorada do Sul, chove há cinco horas sem parar e o Rio Brilhante está quase invadindo a BR-163, próximo a Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande. Na MS-276, entre Indápolis e Deodápolis a água já inundou a pista, conforme o jornal Siliga News.
O Rio Dourado, em Fátima do Sul, está 5 metros acima do normal e famílias que deixaram suas casas em dezembro e haviam retornado há algumas semanas tiveram que sair novamente. Segundo o secretário de Obras, Luiz Carlos Martins, a situação dos moradores da Vila dos Navegantes é pior do que no fim do ano passado.
“Está caótico, continua chovendo e o volume de água é ainda maior, desta vez. O que mais preocupa é a zona rural, onde as estradas estão intransitáveis e não há como escoar produção de soja e milho. Os caminhões não podem passar e fica difícil levar alimentos para criação de suínos”, contou o secretário sobre a região, que recebeu auxílio do Governo do Estado para os reparos das estradas. “Já estávamos consertando as estardas, mas foi tudo perdido, teremos que começar novamente”.
Em Ponta Porã, a Defesa Civil acompanha a situação dos moradores do Distrito Itamaraty, onde os moradores têm que percorrer cerca de oito quilômetros para ter acesso alternativo à cidade, depois que uma ponte caiu, na semana passada.
Os estragos são maiores no distrito Sanga Puitã, onde quase dez famílias foram para casa de parentes ou para o abrigo municipal, em função do alagamento. O distrito fica em nível abaixo do da BR-463, que liga Ponta Porã à Campo Grande, com isso toda a água das chuvas desce para a casa dos moradores. “A Defesa Civil e a secretaria de Assistência Social têm dado todo apoio às famílias, mas como está chovendo sem parar é difícil fazer algum reparo. O que podemos fazer no momento é retirar as famílias e esperar a água baixar. Engenheiros já estiveram no local, mas faltam recursos”, explicou o funcionário da Defesa Civil no município, Ramão Molina.
Em Rio Verde, 12 famílias já voltaram para suas casas, depois de um mês desabrigadas, mas duas residências foram destruídas pela água. A prefeitura doou terrenos a esses moradores, segundo a coordenadora de Habitação da prefeitura, Rosilene Inácio Pereira. “A água passou de dois metros e derrubou paredes. Agora, o nível do rio está baixando e hoje amanheceu nublado, mas sem chuva, porém ontem choveu bastante”, disse. Foram prejudicados pelo alagamento os moradores dos bairros Nova Rio Verde, Santa Terezinha e Figueirinha, que ficam a beira do Rio Verde.
O Rio Apa, que também subiu além do normal, desabrigando famílias, está baixando e algumas famílias pretendem retornar a suas casas nos próximos dias, conforme a Defesa Civil de Bela Vista. “Alguns já fizeram limpeza no local, mas estão esperando para ver se vai chover mais”, disse a coordenadora do órgão no município, Maria Alice Aranda.
Na região norte do Estado, a situação está normalizada, apesar de as chuvas também serem constantes. No Rio Taquari, em Coxim, aumentou em apenas 7,6 milímetros o volume de água e não há motivo para preocupação, segundo o coordenador da Defesa Civil na cidade, Gilberto Portela Lima. “Continua chovendo, mas muito pouco, teve uma chuva fraca no fim de semana”, contou, ao lembrar quem em janeiro o nível do rio chegou a 5,30 metros, quando o normal é 4,2 metros. Hoje, a régua marca 4,39 metros.
Em Aquidauana, a chuva também cai fraca apesar de contínua e o rio permanece em 6,2 metros, conforme a Defesa Civil. O nível normal é 3 metros, mas a situação não afetas os bairros. Em janeiro, diversas famílias ficaram desabrigadas devido as chuvas e ao aumento do nível de rios em Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Miranda e Coxim. Os municípios estão entre os 35 que decretaram situação de emergência.