Com 1.295 casos no ano, cidade mantém mutirões para evitar epidemia de dengue
Coordenadora do CCZ disse que infestação continua porque falta engajamento da população; 57 focos foram encontrados no Jardim Água Boa durante mutirão de limpeza, na quarta
Mesmo antes da recomendação do Ministério Público, que nesta quinta-feira (17) pediu para o município não baixar a guarda contra o mosquito da dengue no período de final de ano, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, vai continuar com os mutirões nos bairros para combater o Aedes aegypti.
Rosana Alexandre da Silva, coordenadora do órgão, disse que o esforço é para evitar uma epidemia de dengue no verão e impedir também outras doenças transmitidas pelo mesmo inseto, como a febre chikungunya e o zica vírus.
Assim como ocorreu em todo o país, os casos de dengue explodiram na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul em 2015. Dos 35 casos confirmados em 2014, neste ano a dengue afetou 1.295 douradenses até agora e o número pode crescer até o dia 31, já que centenas de notificações ainda aguardam resultado de exame.
Infestação sem fim – Rosana Alexandre da Silva afirma que o mosquito da dengue continua se proliferando mesmo com todos os mutirões para limpeza de quintais e terrenos baldios e para conscientização dos moradores. “A população precisa fazer mais a sua parte e acabar com os locais de procriação do mosquito”, afirmou ela ao Campo Grande News.
Ela cita como exemplo a situação verificada nesta semana no Jardim Água Boa, um dos bairros mais populosos de Dourados. Durante o mutirão realizado quarta (16), 1.830 residências foram vistoriadas pelos agentes de saúde e de endemias e 57 focos do Aedes aegypti foram localizados.
“Os focos foram eliminados, dez terrenos foram roçados pelas equipes dos serviços urbanos e 20 notificações foram feitas para que as pessoas tenham mais consciência de seu papel nessa guerra contra o mosquito da dengue”, explicou Rosana. Ela disse que na quarta-feira da próxima semana o mutirão será no Jardim Piratininga, região norte da cidade.
A infestação do mosquito em Dourados é de 1,7%, ou seja, quase dois casos a cada grupo de cem residências. O índice é considerado alto, já que a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera tolerável até 1%.