Com feridas e medo de perder perna, pedreiro espera consulta marcada para abril
Sem poder trabalhar e previsão de cirurgia, homem pede ajuda para comprar alimentos para ele e 13 animais
Conhecido por integrar grupo de resgate de animais na cidade de Bodoquena, a 266 quilômetros da Capital, o pedreiro Vanderlei da Silva Morgado, de 37 anos, está sem poder trabalhar e com medo de perder uma das pernas. Ao todo, ele tem cinco feridas, que são úlceras varicosas em péssimo estado e tenta solução há 5 meses. O pedreiro e seus 13 animais estão dependendo de doações.
Ele conta que já passou por consultas no CEM (Centro Especializado Municipal) de Campo Grande e esteve internado no HU (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), também na Capital.
A consulta no CEM ocorreu em novembro do ano passado, conforme comprova o encaminhamento que o paciente tem em mãos.
No hospital, o médico solicitou cirurgia, mas a Central de Regulação de Bodoquena marcou uma nova consulta no CEM para abril, ao invés de encaminhá-lo direto para o procedimento.
Em setembro fui ao posto daqui e em novembro, fui ao médico do CEM. Lá, me passaram medicação e falaram que seria caso de cateterismo ou cirurgia. Me mandaram de volta para esperar retorno no CEM ou para fazer cateterismo. Já tomei quatro benzetacil e nas duas últimas passei mal. E marcaram essa consulta para abril, mas como vou aguentar até lá? Não posso trabalhar, dói muito, sinto dor no osso e tem um odor forte”, relata Vanderlei.
O pedreiro, que tem 11 cachorros e 2 gatos, conta que já tentou falar com "o pessoal da saúde" do município onde mora para regular o caso dele como urgência, mas não conseguiu retorno.
“No HU, fiquei dois dias no corredor. Uma médica tirou foto e mandou para o médico e ele passou remédio e mandou vir embora”, conta. De volta a Bodoquena, Vanderlei relata que passou a sofrer também com a falta de medicamentos, em especial a amoxilina (antibiótico).
Outro medicamento que ele precisa tomar, o Diosmin (suplemento alimentar no tratamento de varizes), custa cerca de R$ 100 nas farmácias. Em áudio, uma atendente do posto diz ao paciente que só tem dipirona e ibuprofeno.
Em nota, o Hospital Universitário que o paciente Vanderlei esteve no hospital no dia 7 de fevereiro, quando passou por avaliação geral de equipe multidisciplinar, especialmente vascular e infectologia. "Foi recomendado procedimento cirúrgico e o paciente foi colocado no Sisreg (Sistema de Regulação) da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) para que pudesse ser encaminhado a uma instituição que tivesse vaga para realizar o procedimento, uma vez que as cirurgias precisam passar pelo Sisreg para controle da Sesau. O paciente está agora dependendo de encaminhamento por parte da Sesau", diz a nota do HU.
Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria de Saúde de Bodoquena informou que "o paciente ainda não passou por consulta com especialista no CEM, e que, portanto, a consulta marcada pela regulação do município é necessária para que seja feito encaminhamento para cirurgia".
"Conforme o histórico do paciente, ele deu entrada no Hospital Municipal Francisco Sales, em Bodoquena e posteriormente, foi encaminhado para o Hospital Universitário, em Campo Grande, onde ficou internado. Após o período de internação ele recebeu uma carta de alta, com orientação para realização de cirurgia, mas essa carta não é um encaminhamento, o que faz com que ele precise passar por consulta com médico especialista. Sendo assim, a equipe da regulação exerceu seu papel e marcou a consulta de acordo com a data disponível no Centro de Especialidades", diz a nota.
A secretaria de Saúde do interior também informou que "está em contato com a Secretaria de Saúde de Campo Grande, solicitando uma data mais próxima, em virtude do estado de saúde do paciente".
A reportagem aguarda retorno da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) sobre o caso.
Ajuda - Para ajudar Vanderlei e os animais é possível doar qualquer valor pelo Pix (67) 9 9616-8670 ou ainda entrar em contato pelo WhatsApp, que é o mesmo número, e participar comprando números de uma rifa a R$ 10.
O prêmio é uma pulseira de prata no valor de R$ 250, um carneiro, uma cortina blackout e uma panela de pressão.