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Interior

Com lanchas, grupo de elite da PF apoia cerco à quadrilha de “Macho”

Bandido que age inspirado em cartéis mexicanos, Felipe Santiago Acosta Riveros conseguiu fugir

Por Helio de Freitas, de Dourados | 19/12/2023 11:38


Equipes do Nepom (Núcleo Especial de Polícia Marítima), grupo de elite da Polícia Federal brasileira, integram a Operação Ignis, deflagrada nesta terça-feira (19) pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) contra a quadrilha de Felipe Santiago Acosta Riveros, o “Macho”, considerado um dos bandidos mais sanguinários do Paraguai.

Utilizando lanchas e armamento pesado, os policiais brasileiros participam do cerco montado na região de Salto del Guairá, no departamento de Canindeyú (veja o vídeo acima). A cidade fica a menos de 20 km de Mundo Novo e perto do Rio Paraná. Durante a operação no lado paraguaio, nove pistoleiros de “Macho” foram mortos e nove presos. Ele conseguiu fugir.

Segundo a PF, o brasileiro Ricardo Luiz Picolotto, o “R7”, preso pela Senad em Salto del Guairá, é um dos líderes da organização criminosa, que exercia com violência o domínio do tráfico de drogas e de armas, além de praticar diversas ações violentas inspiradas nos principais cartéis do México.

Picolotto é tido como um dos grandes fornecedores de armas e drogas para criminosos que atuam no Rio de Janeiro e seu grupo operava grandes esquemas de tráfico internacional tendo o Brasil como destino. Via aérea, recebiam cocaína da Bolívia e depois, também pelo ar, remetiam as cargas ao Brasil. Pela via terrestre, despachavam armas e maconha.

Ainda conforme a Polícia Federal, a organização criminosa também se caracterizava por ações de extrema violência contra facções rivais e contra policiais e militares das Forças Armadas, tanto brasileiras quanto paraguaias.

Morte de militar – Principal líder do grupo, Felipe Santiago Acosta Riveros, o “Macho”, é considerado foragido da Justiça Federal do Brasil por envolvimento no assassinato do militar do Exército brasileiro Daniel Engelmann, 19, em maio de 2020.

O soldado fazia parte da equipe do Exército que patrulhava o Rio Paraná na região de Guaíra (PR) e se deparou com uma embarcação da quadrilha, carregada com mais de meia tonelada de maconha. Na tentativa de abordagem, os traficantes reagiram atirando e mataram o soldado. Por esse motivo, “Macho” está na “Difusão Vermelha” da Interpol (a polícia internacional).

No Paraguai, Riveros ainda é acusado pelo assassinato de um policial e por promover diversos ataques a tiros a delegacias, além de operações de resgate de presos.

Pistoleiros presos durante operação que terminou com nove mortos (Foto: Divulgação)
Pistoleiros presos durante operação que terminou com nove mortos (Foto: Divulgação)

Segundo a PF, chama a atenção o arsenal bélico apreendido hoje em propriedade na zona rural de Salto del Guairá. Fuzis, grande quantidade de munição e uma metralhadora antiaérea foram apreendidos na ação, que segue na região de fronteira, com a destruição de pistas clandestinas utilizadas para envio de cocaína e armas ao Brasil.

“A ação, considerada sensível e de grande importância estratégica para a região, em razão do forte poder bélico do cartel desarticulado e da logística empregada para o tráfico internacional de drogas e armas”, afirma a PF.

A Operação Ignis ocorre por meio da cooperação policial entre a Senad do Paraguai e a Polícia Federal do Brasil e conta com a participação da Adidância da Policia Federal no Paraguai e da Delegacia de PF em Guaíra.

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