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Interior

Com rosto coberto e de cueca, homem finge ser ladrão para estuprar a prima

Enquanto a justiça marca a primeira audiência sobre o caso, a defesa acusa a PM de agressão

Geisy Garnes | 05/08/2021 12:01
Caso está na Justiça de Sidrolândia. (Foto: Jota FM)
Caso está na Justiça de Sidrolândia. (Foto: Jota FM)

Há pouco mais de dois meses, um homem de 36 anos está preso em Sidrolândia - cidade a 70 quilômetros de Campo Grande - por fingir ser ladrão, invadir a própria casa e estuprar a prima. Para a polícia, a vítima relatou que o bandido estava com o rosto coberto e usava apenas cueca e camiseta quando a rendeu. Horas depois, ela percebeu que o autor do crime era o parente. Detido, o suspeito acusa a polícia de agressão durante o flagrante.

A vítima foi violentada em maio deste ano. Eram 6h30 do dia 26, quando o ela ouviu um barulho na porta e foi ver o que era. Se deparou com um homem de rosto coberto por um pano, vestindo apenas camiseta e cueca. Armado com uma faca, ele a ameaçou de morte, caso reagisse ou gritasse.

Ela seguiu as ordens e foi mantida em cárcere por horas. Neste tempo, foi estuprada mais vezes. Durante o crime, confessou estar "de olho" nela há dias e por isso sabia que morava com o marido e um primo. Afirmou também que não era para contar a ninguém, caso contrário, a mataria.

Revelou ainda conhecer o primo da vítima e reforçou as ameaças de morte, caso contasse a ele. Após três horas na casa, obrigou a moradora a tomar banho, vasculhou a casa e fugiu com uma mochila, o celular dela e uma bicicleta branca. Ainda vestiu as roupas do "amigo" para deixar o local.

Sem saber o que fazer, a vítima foi até a casa da cunhada e lá chamou a polícia. Contou a história e entregou os pertences deixados pela estuprador: a faca usada para as ameaças e as peças de roupa que vestia quando invadiu o local.

Detalhou que todos os dias, o marido sai para o trabalho às 4 horas e o primo antes das 6 horas, por isso, o suspeito realmente deveria conhecer a rotina da família.

Enquanto estava na delegacia e narrava os momento de terror que viveu, percebeu que o autor do estupro era o próprio primo. Notou que a camiseta usada pelo bandido e deixada na casa, era o uniforme da empresa de metal que ele trabalhava e lembrou que o "desconhecido" tinha a língua presa e falava exatamente igual ao parente.

Diante da situação, o suspeito foi preso em flagrante. Ele confessou o estupro, mas negou as ameaças a prima.

Enquanto a justiça marca a primeira audiência sobre o caso, já para o próximo mês, a defesa acusa a Polícia Militar de agressão. Por conta dos indícios, exames de corpo de delito foram determinados e o novo laudo e imagens fotográficas do corpo do acusado foram juntados no auto de prisão em flagrante.

O possível caso de agressão ainda foi denunciado à Corregedoria da Polícia Militar para apuração da atuação dos policiais envolvidos na prisão.


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