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Interior

Contrato com HU é prorrogado por seis meses e MPF promete apurar mortes

Helio de Freitas, de Dourados | 21/09/2015 19:10
Superintendente do HU fala em reunião do Conselho de Saúde; ela prometeu ações para melhorar atendimento (Foto: Eliel Oliveira)
Superintendente do HU fala em reunião do Conselho de Saúde; ela prometeu ações para melhorar atendimento (Foto: Eliel Oliveira)

Pelo menos por mais seis meses, o HU (Hospital Universitário) da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) continuará prestando serviços obstétricos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) a moradores da região de Dourados. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (21) em reunião do Conselho Municipal de Saúde, que durou quase cinco horas.

Defensora do rompimento do contrato com a universidade e devolução do hospital para o município, a presidente do conselho, Berenice Machado, criticou a decisão da maioria dos conselheiros, mas considerou a prorrogação a única medida que poderia ser tomada de imediato, para evitar mais prejuízos à população.

“Saco sem fundo” – “A maior decepção é ver o hospital falar em falta de dinheiro diante de uma situação de morte que presenciamos recentemente. Pode colocar milhões de reais lá dentro que não adianta. Eles são um ‘saco sem fundo’. Não tem dinheiro que seja bastante”, afirmou ela, que criticou também o MPF (Ministério Público Federal). “Vem aqui, fala bonito, mas fica do lado do HU. Até quando vamos ver mães perdendo seus filhos?”.

A superintendente do HU, Mariana Croda, disse que medidas estão sendo tomadas para melhorar o atendimento. Ela afirmou que está no cargo há um mês e meio e garantiu mudanças para priorizar o atendimento.

Funcionário na rede social – Familiares das gestantes que perderam os bebês recentemente reclamaram dos funcionários do hospital. Afirmaram que alguns servidores ficam conversando em rede social no celular em vez de atender as pessoas.

Hallinno de Oliveira Soares, 31, disse que no dia 12 deste mês levou a esposa ao HU, com fortes dores, mas o médico teria mandado a gestante ir para casa e voltar ao hospital só se as dores aumentassem. “No dia seguinte chegamos ao hospital às 6h da manhã e o bebê já estava morto”.

O procurador da República Manoel Souza Filho participou da reunião e prometeu investigar as mortes dos bebês para saber de quem foi a responsabilidade. Ele disse que muitas situações relatadas pelos pacientes e conselheiros podem ser facilmente resolvidas para garantir atendimento de qualidade aos moradores.

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