ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
MARÇO, DOMINGO  30    CAMPO GRANDE 22º

Interior

De torre de vigilância, policial flagra maconha sendo arremessada em presídio

Seis tabletes da droga foram jogados sobre a muralha da Penitenciária de Dourados na madrugada de hoje

Helio de Freitas, de Dourados | 26/04/2022 11:18
De torre de vigilância, policial flagra maconha sendo arremessada em presídio
Policiais penais durante trabalho em pavilhão da penitenciária de Dourados (Foto: Divulgação)

Pelo menos seis quilos de maconha foram arremessados sobre a muralha do maior presídio de Mato Grosso do Sul, a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), na madrugada desta terça-feira (26). Duas garrafas pet com produto líquido ainda não identificado também foram jogadas no pátio da cadeia, localizada na margem da BR-163, na saída para Campo Grande.

Policial penal que fazia a vigilância na torre 2 percebeu os materiais sendo arremessados sobre o muro por volta de 4h da madrugada. Depois que a Polícia Militar deixou a vigilância externa do presídio, o trabalho passou a ser feito pelo Cope (Comando de Operações Penitenciárias) grupo de elite da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).

Segundo policiais penais que estavam de serviço, a substância encontrada nas garrafas pet pode ser álcool ou até mesmo cocaína líquida. O material será periciado.

Os servidores aproveitaram para reclamar da vigilância externa da PED, onde pelo menos 2.700 presos estão recolhidos. Segundo eles, das quatro torres de vigilância, apenas duas estão ativadas. Em alguns dias, apenas uma fica com policial de plantão.

“A direção da unidade penal formou aproximadamente 100 policiais penais para o serviço de vigilância, mas duas torres e em alguns dias até três, permanecem desativadas”, afirma um dos servidores. Segundo ele, a droga apreendida hoje foi arremessada a 20 metros da torre 2, por isso a ação foi percebida pelo policial de plantão.

Os agentes apontam ainda como agravantes o mato alto no entorno do presídio, iluminação precária com muitas lâmpadas queimadas e a horta cultivada na parte interna, perto da muralha.

“A horta fica muito próxima do muro onde os ilícitos são arremessos e dificilmente são encontrados. Muitas das espécies de hortaliças cultivadas não são as ideais por serem altas, como pés de quiabo e pés de mamão, que dificultam a visibilidade”, afirma o servidor, que pediu para não ter o nome divulgado.

Agepen – Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Agepen informou que tem feito regularmente o Cave (Curso de Armamento e Tiro, Vigilância e Escolta) em Dourados visando ampliar o número de servidores qualificados para o serviço de vigilância das muralhas da penitenciária estadual.

“Além do trabalho nas torres, o sistema é reforçado pela vigilância por câmeras, que cobre também todo o entorno do presídio, e cujo posto de monitoramento é ativado 24 horas por dia, o que tem garantido a interceptação pelos policiais penais de ilícitos arremessados”, afirma a agência, complementando que vai solicitar da direção da PED e ao responsável pela equipe das muralhas informações referentes às ativações das torres.

Sobre a horta da PED, a Agepen informou que o espaço existe há muitos anos e serve como forma de ocupação produtiva dos internos, garantindo também doação de verduras a instituições sociais.

“A plantação fica na parte interna do presídio e não tem como facilitar a aproximação de pessoas para os arremessos. De qualquer forma, a equipe responsável pela vigilância pode comunicar à direção da penitenciária, sugerindo as alterações que possam contribuir com os trabalhos”, diz a nota.

Nos siga no Google Notícias