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Interior

Dentista presa com frascos de botox do Paraguai diz que era para uso próprio

A dentista Sayonara Knorst foi presa durante operação da Polícia Federal deflagrada ontem

Viviane Oliveira | 17/05/2023 11:36
Policiais federais durante cumprimento de mandado de busca e apreensão no consultório ondontológico (Foto: Direto das Ruas)
Policiais federais durante cumprimento de mandado de busca e apreensão no consultório ondontológico (Foto: Direto das Ruas)

A dentista Sayonara Knorst, especialista em harmonização facial, foi presa em Naviraí, distante 366 quilômetros de Campo Grande, durante a Operação Bellus Fictus, deflagrada na manhã de ontem (15) pela PF (Polícia Federal), contra a importação de medicamentos sem procedência utilizados em procedimentos estéticos de harmonização orofacial.

Conforme o auto de prisão em flagrante, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de Sayonara, por volta das 7h30, foram encontrados três frascos de substância, sem nenhum tipo de identificação, na geladeira da cozinha.

Indagada, a profissional disse que era toxina botulínica importada do Paraguai, mas não tinha nota fiscal. Segundo a dentista, não conhecia os fornecedores, apenas tinha o contato deles e pagava cerca de 60 a 70 dólares por cada ampola. Ela afirmou que a substância era para uso próprio, já havia aplicado nela mesma e em sua mãe, mas nunca havia comercializado ou aplicado em pacientes.

Ampolas apreendidas durante mandado de busca e apreensão realizado ontem em consultório odontológico (Foto: reprodução/PF)
Ampolas apreendidas durante mandado de busca e apreensão realizado ontem em consultório odontológico (Foto: reprodução/PF)

Em Mundo Novo, também houve prisão. Na casa da dentista Daiane Klissye Dona Longhi, foram encontrados seis frascos de toxina botulínica, sem procedência. Segundo ela, o medicamento foi adquirido pela internet. Sobre os fatos, a profissional se reservou ao direito de ficar em silêncio.

As duas passaram por audiência de custódia ontem mesmo e foram liberadas após o juiz arbitrar fiança no valor de R$ 15 mil. Elas vão responder por crime de ter em depósito, para venda, produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais de procedência ignorada.

A Polícia Federal comunicou os fatos ao CRO/MS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul) para providências cabíveis. A reportagem tentou falar com as dentistas por telefone, mas não conseguiu contato.

Segundo a dermatologista Elza Garcia da Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, quando se usa produtos de origem incerta não há garantia de segurança ao usuário, assim como de uma resposta adequada ao tratamento.

Operação - Na ação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Conforme as investigações da Polícia Federal, foi constatado um esquema criminoso de compra e venda de toxinas botulínicas adquiridas em indústria sem procedência, no Paraguai. Os produtos eram utilizados pelas investigadas em consultórios odontológicos localizados em Naviraí e Mundo Novo e nas cidades paranaenses de Guaíra e Santa Helena.

O nome da operação Bellus Fictus (em latim) quer dizer beleza fictícia, porque uma das vítimas acreditava que era utilizado em seu tratamento medicamentos certificados nos procedimentos estéticos, mas, na verdade, a origem dos produtos era desconhecida até mesmo pelos vendedores paraguaios.

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