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Interior

Dilma mantém Exército em área de conflito, mas só até dia 15 deste mês

Prorrogação da Operação Dourados, solicitada pelo governador Reinaldo Azambuja, foi publicada no Diário Oficial da União do dia 30

Helio de Freitas, de Dourados | 04/11/2015 17:25
Homens do Exército devem permanecer em Antonio João por mais 11 dias (Foto: Eliel Oliveira)
Homens do Exército devem permanecer em Antonio João por mais 11 dias (Foto: Eliel Oliveira)

O pedido do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para a permanência do Exército na região de Antonio João, a 279 km de Campo Grande, na fronteira do Brasil com o Paraguai, onde índios e produtores rurais estão em conflito pela posse de terras, foi atendido pela presidente Dilma Rousseff. Entretanto, os militares devem permanecer na região apenas por mais 11 dias.

O decreto da presidência da República, publicado no Diário Oficial da União do dia 30 de outubro, prorroga a Operação Dourados até o dia 15 de novembro de 2015. Após essa data, se não houver outra prorrogação, os militares deverão voltar para os quarteis.

A manutenção da tropa na área de conflito por apenas mais 11 dias foi confirmada pela 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados, que comanda a operação.

O Exército está na região de Antonio João desde o início de setembro, após o confronto entre índios e fazendeiros que terminou com a morte do guarani-kaiowá Semião Fernandes Vilhalva, 24.

No dia 28 de outubro, Reinaldo disse que a permanência dos militares na região ajuda a garantir a lei e a ordem. “Em função da reintegração de posse afastada, voltou a criar uma instabilidade no local. Então nesse momento é melhor manter o Exército lá para evitar um problema maior”, afirmou.

Os 550 índios que ocupam três das sete fazendas que formam o território Ñanderu Marangatu, de 9.300 hectares, deveriam ter sido despejados no dia 21 de outubro, mas a vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Carmen Lúcia, suspendeu a reintegração de posse.

O Exército mantém pelo menos 800 homens nos municípios de Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista e Ponta Porã, com poder de efetuar prisões em flagrante, patrulhamentos e vistorias “com a missão de preservar a ordem pública diante à situação de conflito entre indígenas e proprietários rurais da região”.

Além de estradas que cortam a região, os militares estão no interior das áreas ocupadas. Uma equipe, usando dois veículos de combate, permanece na porteira da sede da Fazenda Fronteira, uma das propriedades ocupadas e onde mora o dono da terra, o ex-prefeito de Antonio João, Dácio Queiroz Silva. Semião tombou a menos de 500 metros desse local.

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