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Interior

Em depoimento, pintor diz que matou major ao ser chamado de trombadinha

“Ele desdenhou e fez pouco caso de mim. Fiquei com raiva, desferi um golpe nele. Não era para matar, pois usei uma faca de serra", disse Bruno da Rocha à polícia

Viviane Oliveira | 17/04/2019 11:20
Bruno foi preso e autuado por homicídio qualificado (Foto: reprodução/Facebook)
Bruno foi preso e autuado por homicídio qualificado (Foto: reprodução/Facebook)

Durante depoimento realizado nesta terça-feira (16), Bruno da Rocha, 31 anos, contou à polícia que a intenção não era matar o major da reserva do Exército e professor de Matemática, Paulo Setterval, 58 anos, mas lhe dar um susto. 

“Ele desdenhou e fez pouco caso de mim. Fiquei com raiva, desferi um golpe nele. Não era para matar, pois usei uma faca de serra. Queria apenas dar um susto nele para descontar a raiva que havia me feito sentir ao me chamar de “trombadinha”.

Conforme o auto de prisão, Bruno relatou que faz uso de drogas, de bebida alcoólica e de remédio controlado. Ele tem várias passagens pela polícia e já cumpriu pena por assalto em Juara, no Mato Grosso. Sobre o crime, Bruno contou que por volta das 18h de domingo (16) estava na casa da sua ex-mulher, quando houve uma discussão e acabou sendo agredido pelo ex-cunhado. Nervoso, ele foi para a casa, pegou uma faca e retornou para a casa da ex. Mas chegando ao local encontrou a polícia e saiu correndo. O pintor, então, foi para a residência da mãe dele, se armou com mais duas facas e saiu de bicicleta.

Transtornado em razão da briga com a ex-mulher, Bruno seguia pela Rua Luiz da Costa Leite, região central, atrás do ex-cunhado para acertar as contas, quando se deparou com a vítima e disse: “O coroa me dá um cigarro aí”. O professor teria negado e o chamado de trombadinha. Ele, então, deixou a bicicleta na esquina, retornou e ao chegar perto do major falou: “Olha quem é o trombadinha e na sequência o golpeou na região do tórax. “Não queria roubar nada. Queria apenas um cigarro”.

Uma das facas que Bruno usava no momento do crime foi apreendida  (Foto: reprodução/auto de prisão em flagrante)
Uma das facas que Bruno usava no momento do crime foi apreendida (Foto: reprodução/auto de prisão em flagrante)

Após cometer o homicídio, foi para a casa da mãe, trocou de roupa e ateou fogo nas vestes. Enquanto a roupa queimava no quintal da residência, os investigadores chegaram ao local. Bruno, então, fugiu e ficou escondido numa área de mata próximo ao Hotel Araúna.

Depois, foi até a casa de sua tia próxima a Trilha Boiadeira, na sequência percorreu até um ponto turístico conhecido com Anhumas, mas como ficou cansado acabou dormindo num lote da região. Ele disse ainda que não se entregou porque ficou com receio de represália, pois ficou sabendo que havia tirado a vida de um militar do Exército.

Segundo o delegado Gustavo Henriques Barros, o suspeito foi preso na madrugada de ontem (16) escondido numa casa abandonada. Ele está detido na delegacia e ao passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (17) deve ser transferido para uma penitenciária. Uma das facas usadas por Bruno no dia do crime foi apreendida e será periciada. 

Crime -  O caso aconteceu na noite do último domingo (14), enquanto a vítima caminhava na calçada do Hotel CLH Suítes, onde estava hospeda com a família. O caso aconteceu na Rua da Costa Leite, no Centro de Bonito. Paulo foi encontrado morto na calçada. O major foi um dos oficiais que participou ativamente da criação do Colégio Militar de Campo Grande, em 1997. Natural de São Paulo, durante mais de 10 anos atuou como professor de Matemática da instituição e chegou a ocupar o cargo de chefe da Seção de Ensino do Colégio. Atualmente ele era professor de Matemática no Colégio Bionatus.

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