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Interior

Em júri, filho nega que matou a mãe com chave Philips: “Não tem cabimento isso”

Marta Gouveia do Santos foi encontrada morta em janeiro do ano passado com 30 golpes

Por Viviane Oliveira | 28/09/2023 11:09
Matheus durante julgamento nesta manhã no fórum de Nova Andradina (Foto: Marcos Donzeli)
Matheus durante julgamento nesta manhã no fórum de Nova Andradina (Foto: Marcos Donzeli)

Durante o júri popular, realizado na manhã desta quinta-feira (28) no fórum de Nova Andradina, o acusado de matar a mãe com 30 golpes de chave Philips na região da cabeça e do pescoço e estuprá-la, Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 20 anos, negou o crime e afirmou que a acusação não tem cabimento.

Na manhã do dia 23 de janeiro, por volta das 6h30, Marta Gouveia do Santos, de 37 anos, saiu para pedalar e não voltou mais. O corpo dela foi encontrado no fim da tarde do mesmo dia, às margens do anel viário Fernando Lima Vasconcelos. Na ocasião, o crime chocou a cidade com cerca de 45 mil habitantes.

Ao ser indagado pela juíza Cristiane Aparecida Biberg de Oliveira, Matheus disse que as acusações não são verdadeiras e não sabe por que o incriminam. Relatou que foi torturado na delegacia de Aquidauana, ao ser preso, para confessar o crime, mas mesmo apanhando com saco na cabeça e socos no estômago, nunca disse que havia matado a mãe. “Eu colaborei com a investigação, passando as senhas do celular e do computador”, afirmou.

Matheus, que está preso desde a época do crime, chegando ao julgamento (Foto: Marcos Donzeli) 
Matheus, que está preso desde a época do crime, chegando ao julgamento (Foto: Marcos Donzeli)

Segundo Matheus, não tinha motivos para matar Marta, pois a mãe o criou sozinha e nunca deixou faltar nada em casa. “Ela foi minha mãe e o meu pai”, destacou. O rapaz relatou ainda que aos 13 anos saiu de casa, porque levou um soco do padrasto. “Foi a minha mãe que alugou uma casa para mim. Ela não saía da minha casa. A gente sempre teve um diálogo bom”, contou.

No dia do crime, disse que acordou por volta das 9h, procurou pela mãe, não a encontrou e voltou a dormir. Acordou às 10h com várias mensagens de conhecidos de Marta perguntado por ela, porque não havia chegado em um compromisso. Às 10h30 foi à delegacia, mas como estava fechada, voltou e ligou no 190 para procurar pela mãe.

Ao ser indagado pelo advogado de defesa se havia estuprado e matado a mãe, Matheus chorou afirmando: "Não. Não tem cabimento isso, alegando ser cristão". Durante a investigação, a delegada Daniella de Oliveira Nunes Leite, que presidiu o inquérito, disse, depois de ouvir várias testemunhas, que Matheus era um príncipe fora de casa e dentro, um monstro.

Na ocasião dos fatos, testemunhas relataram à polícia que o jovem se comportava como se fosse esposo de Marta, inclusive um marido possessivo com relação conturbada. O resultado do julgamento será divulgado à tarde.

Marta foi morta com 30 golpes na região da cabeça e pescoço (Foto: divulgação)
Marta foi morta com 30 golpes na região da cabeça e pescoço (Foto: divulgação)

Chave Philips - Doze dias após a morte da mãe, Matheus foi preso na tarde do dia 4 de fevereiro, no quartel de Aquidauana, onde fazia teste para uma vaga. Desde então, ele permanece preso. O aparelho celular dele foi um dos pontos-chaves para a descoberta de conversas e localizações durante o crime e depois.

Em uma das conversas de Matheus pela rede social com uma amiga, o rapaz afirmou à época que sua mãe havia sido morta com 30 golpes de chave Philips. Situação que chamou atenção da polícia, porque até então nem a perícia sabia qual instrumento havia sido utilizado para perfurar a vítima.

Matheus, que nunca confessou o crime, foi indiciado por feminicídio.  Quando foi ouvido na delegacia disse que sua mãe era pecadora e ele era fruto desse pecado. O rapaz era o filho do primeiro casamento de Marta. Com o atual marido, a vítima tinha outras duas crianças, que na época tinham 11 e 2 anos.

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