Em meio a protesto, juiz nega intolerância ao proibir culto em igreja
A suspensão de cultos na igreja Assembleia de Deus – Ministério Belém, em Corumbá, teve caráter estritamente ambiental. "De longe não há questão de discriminação alguma, não há questão de intolerância religiosa, ao contrário", explicou o juiz Vinicius Pedrosa Santos, da 3ª Vara Cível do município.
A decisão judicial suspendeu os cultos até a instalação de equipamentos que façam o isolamento acústico e não perturbem a vizinhança.
A ação foi ingressada por uma senhora de mais de 70 anos, que se sentiu lesada pelo barulho e acionou a igreja judicialmente, considerando o som “ensurdecedor”.
“Se essa senhora entrasse contra um bar; casa de show, igreja católica [seria a mesma situação]. A questão está sendo distorcida, a meu ver. A questão é o barulho, poluição ambiental”, garantiu o magistrado.
"O Judiciário respeita todas as formas de religião”, afirmou. “Quaisquer segmentos devem respeitar as normas ambientais, principalmente em área residencial”, completou, usando como exemplo até o imbróglio da realização de shows na Expogrande no Parque de Exposições Laucídio Coelho em Campo Grande.
A suspensão dos cultos na igreja ocorreu no último dia 5 e não impede a realização de atividades como o funcionamento da secretaria da igreja; trabalho de funcionários e atendimento de fiéis pelo pastor, esclareceu o juiz Vinicius Pedrosa Santos.
Ontem à tarde, evangélicos de diversas congregações de Corumbá protestaram contra a decisão judicial. Cantando louvores, eles se uniram em carreata que contou com pedestres, motocicletas e carros.
O protesto foi organizado pela diretoria da Assembleia de Deus, que também coletou assinaturas.
O pastor da igreja, João Martins, disse que ingressou liminar no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) contra a decisão e espera ter resultados ainda nesta semana. Além disso, revelou que contará com manifestação na Assembleia Legislativa, amanhã, em repúdio à decisão. “Vamos recorrer com todos os recursos possíveis para ter o direito livre aos cultos novamente".
A igreja também alega que não houve perícia técnica no horário e dias certos dos cultos para aferir o “barulho” e considera a decisão arbitrária. (Com informações do site Diarionline)