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Interior

Em pronunciamento, deputado acusa UFGD de atrasar obra de hospital

Peemedebista diz que atraso é proposital e cidade pode perder R$ 12,9 milhões; universidade admite demora, mas nega intenção

Helio de Freitas, de Dourados | 05/03/2015 09:39
Maternidade do Hospital Universitário de Dourados; atraso em obra causa briga política entre deputado e reitoria (Foto: Divulgação)
Maternidade do Hospital Universitário de Dourados; atraso em obra causa briga política entre deputado e reitoria (Foto: Divulgação)

O atraso na obra do Instituto da Mulher e da Criança, projetado para ser construído anexo ao HU (Hospital Universitário) da UGFD (Universidade Federal a Grande Dourados) virou uma briga política entre o deputado federal Geraldo Resende (PMDB) e a instituição. Em pronunciamento ontem na Câmara dos Deputados, Resende acusou a universidade de atrasar a obra de propósito e disse que a cidade pode perder os R$ 12,9 milhões garantidos por ele para a construção do hospital, destinado a atender mulheres e crianças de toda a região. A UFGD admite atraso, culpa a empresa vencedora da licitação, mas nega que a demora seja intencional.

Os recursos federais do Ministério da Saúde para a construção do instituto foram empenhados em 22 de outubro de 2010 e pagos para a UFGD em 8 de junho de 2012. “Até o momento não aconteceu sequer a licitação para a escolha da empresa que vai executar as obras, apesar de inúmeras cobranças e audiências. Com isso, é grande o risco da perda desses recursos”, afirma o deputado peemedebista.

Geraldo Resende afirma ter chegado à conclusão que a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que administra o HU, não tem o menor interesse em fazer a obra. “A empresa trabalha em conjunto com a reitoria da UFGD para que o sonho da construção desse hospital de ponta naufrague”, acusou, completando que reluta em acreditar que o reitor da UFGD, Damião Duque de Farias, termine seu mandato “devolvendo R$ 12,9 milhões e assumindo total inapetência e medo em construir e gerir um hospital”. A universidade está atualmente em campanha para escolha do novo reitor. Dois candidatos disputam o cargo.

O projeto prevê a construção de um prédio de 8,7 mil metros, com 42 leitos de enfermaria para obstetrícia, 16 leitos de enfermaria para ginecologia, 30 leitos de pediatria; dez leitos de pediatria de isolamento, 12 leitos de UTI Neonatal, 22 leitos de UTI Intermediária, 4 leitos de repouso para acompanhante, 6 leitos para isolamento, 8 salas para ambulatório, 6 leitos para Hospital/dia, 4 leitos para observação, 4 leitos para pré-parto, parto e puerpério, três salas de cirurgias, duas salas para partos, um banco de leite, duas salas de reuniões e um auditório.

“O convênio para esta obra se finda em junho e a UFGD e a Ebserh trabalham para que percamos os valores tão arduamente conquistamos”, reclamou o deputado douradense. Segundo ele, em setembro de 2013 a universidade admitiu que não tinha corpo técnico para fazer a obra e assinou um convênio com a Ebserh, que ficou responsável dali de tomar todas as providências para o início da construção.

UFGD – Em nota distribuída pela assessoria, a UFGD e o HU negou que o atraso na obra seja intencional como o deputado acusa. Segundo a universidade, foi feita a licitação para contratar a empresa responsável pela elaboração dos projetos, mas a vencedora teria descumprido o contrato por não entregar parte dos planejamentos. “Essa situação, portanto, emperrou a execução das obras, já que foi necessária a abertura de processo administrativo para apurar o caso e punir a empresa contratada”, diz a nota.

Ainda conforme a universidade, a direção nacional da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que desde 2013 administra o HU da UFGD, se comprometeu a licitar “via regime diferenciado de contratação” uma nova empresa para elaborar os projetos restantes e para a execução da obra. Para evitar a perda dos recursos, a UFGD alega que esta sendo negociada com o Ministério da Saúde a ampliação do prazo do convênio.

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