Empresa alvo de ação é de empresário que lucra há anos com licitações
Há 6 anos, a empresa GTX Construtora lucra com licitações milionárias e já responde ação por dano ao erário
A empresa GTX Construtora e Serviços Ltda, alvo da Operação Jazida, deflagrada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), na manhã desta sexta-feira (26) em Bataguassu, pertence ao empresário Ivan Felix de Lima, chamado de “Rei dos Bitcoins”.
Há 6 anos, ele lucra com licitações milionárias e já responde ação por dano ao erário, em novembro de 2021. Desde então, a empresa aparece como vencedora de diversas licitações em cidades de Mato Grosso do Sul. No mês passado, matéria do Campo Grande News mostrou que o contrato mais recente foi de R$ 7 milhões com a Prefeitura de Nova Alvorada do Sul.
Em março do ano passado, por exemplo, garantiu R$ 5.784.213.66 da Prefeitura de Três Lagoas, para obras de drenagem de águas pluviais e pavimentação asfáltica no bairro Paranapungá. A reportagem tenta contato com a defesa de Ivan Félix.
Operação Jazida - Nesta manhã, a Operação Jazida, deflagrada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), fez buscas na empresa que também executa obras públicas em Bataguassu, distante 313 quilômetros de Campo Grande. Mais de R$ 1 milhão de bens da empresa foram bloqueados e apreendidos. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Capital.
Conforme a polícia, as investigações apuram fraude à execução de contratos de obra de asfaltamento, na rodovia conhecida como Reta A1, Porto XV. A obra foi iniciada no início do ano de 2022 e até agora não foi concluída. “Foi identificada uma relevante fraude, no que tange à extração de terra utilizada na obra”, segundo o Dracco.
Ainda de acordo com o departamento, a empresa responsável escavou e retirou volumes expressivos de terra numa jazida irregular de propriedade privada, localizada próxima à obra. “É possível visualizar a jazida irregular até mesmo por imagens de satélite, o que demonstra o volume de terra extraído do local”.
Superfaturamento - Conforme a perícia realizada, foram extraídos cerca de 14.300 m³. A terra deveria ter sido extraída de uma jazida regular, localizada no município. Situação que gerou um superfaturamento do contrato de, ao menos, R$ 728.544,65. Além de constar no contrato a extração de terra na jazida regular, que deveria ser adquirida, a empresa ainda cobrava pelo transporte do material, como se estivesse retirando no local previsto, que fica a mais de 20 km de distância, conforme previsto no orçamento.
Ainda de acordo com a polícia, no decorrer da execução do contrato, a empresa ainda solicitou diversos aditamentos, que foram aprovados pela Prefeitura Municipal da cidade. "No total, os contratos ultrapassam 5 milhões de reais. E mesmo assim, a obra ainda não foi concluída". Durante as diversas diligências realizadas pela equipe policial no local, ao longo das investigações, não havia nenhuma obra em andamento.
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