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Interior

Empresário nega tráfico e diz que foi preso por vender carros a alvos da PF

Em nota, defesa diz que não há indícios ligando Claudinei Tolentino Marques à organização criminosa

Por Helio de Freitas, de Dourados | 17/05/2024 10:35
O empresário Claudinei Tolentino Marques, preso quarta-feira em Dourados (Foto: Reprodução)
O empresário Claudinei Tolentino Marques, preso quarta-feira em Dourados (Foto: Reprodução)

Preso quarta-feira (15) no âmbito das operações Sordidum e Prime, deflagradas simultaneamente pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul e outros dez estados, o empresário Claudinei Tolentino Marques, 42, nega envolvimento com tráfico internacional de drogas e de armas.

Claudinei é dono da Referência Construtora e Incorporadora, localizada na Avenida Dom Redovino Rizzardo, na região de condomínios de luxo em Dourados, a 251 km de Campo Grande. A empresa foi um dos alvos dos mandados, assim como a residência do empresário.

Em nota encaminhada ao Campo Grande News nesta sexta-feira (17), a defesa de Claudinei afirma que ele foi incluído nas investigações por ter vendido dois veículos a pessoas suspeitas de integrar a organização criminosa acusada de traficar pelo menos seis toneladas de cocaína durante três anos.

Segundo a versão da defesa, representada pelo advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel, também pesa contra o empresário douradense a suspeita de que ele tenha utilizado a empresa Federal Armas (com atividades suspensas desde julho do ano passado) para vendas ilegais de fuzis.

“Cabe à sua defesa técnica esclarecer à sociedade, aos seus clientes, funcionários e prestadores de serviços que Claudinei fora incluído na investigação em questão pelo fato de ter vendido dois veículos, para pessoas alvos de investigações pretéritas por ilícitos criminais”, afirma o advogado, em nota.

Ele continua: “também se levanta a suspeita de que a empresa Federal Armas, da qual fora sócio, teria vendido algumas armas de fogo a pessoas que, segundo consta, não poderiam tê-las adquirido, malgrado tais atos de comércio tenham sido regularmente fiscalizados e autorizados pelas autoridades competentes, incluindo o Ministério do Exército”.

Bataglin reforça que não há na investigação qualquer fato apontando a participação de Claudinei Tolentino em supostos atos de tráfico de drogas ou armas.

Segundo a defesa, até o momento a investigação aponta apenas movimentações financeiras de valores expressivos, “o que é inerente aos negócios que desenvolve, há quase duas décadas, no ramo de construção civil, razão pela qual a investigação se concentra somente nessas movimentações financeiras, sem qualquer vinculação aos clientes e fornecedores”.

O advogado conclui informando que até o momento a defesa não conseguiu acessar a integralidade dos elementos colhidos na investigação, “porém, acreditamos que, em breve, todos os equívocos interpretativos perpetrados em seu desfavor serão esclarecidos, com o restabelecimento de sua liberdade e de seus negócios”.

Viaturas da Polícia Federal na empresa de Claudinei, na quarta-feira (Foto: Arquivo)
Viaturas da Polícia Federal na empresa de Claudinei, na quarta-feira (Foto: Arquivo)

Custódia – Levado para Campo Grande no mesmo dia da prisão, Claudinei Tolentino Marques passou por audiência de custódia ontem e teve a prisão mantida pela 3ª Vara Federal na Capital.

A reportagem apurou que, ao contrário dos demais alvos das operações, a prisão dele foi solicitada pelo MPF (Ministério Público Federal) e não pela Polícia Federal.

Além de Claudinei, pelo menos outros três empresários de Dourados foram presos no âmbito das duas operações - Marcel Martins Silva, 35, Alexander Souza e Carlos José Alencar Rodrigues, o Carlinhos.

Marcel e Alexander são sócios da empresa Efraim Incorporadora, localizada no Bairro Chácaras Trevo. Já Carlos Rodrigues é sócio de Marcel na Primeira Linha Acabamentos, loja famosa localizada na Av. Weimar Gonçalves Torres, no centro. O caso está em segredo de Justiça.

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