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Interior

Esposa de preso, advogada denuncia revista abusiva e gestão em presídio

Diretor também registrou B.O e diz que alegações são reação ao combate de entrada de ilíticos no local

Por Kamila Alcântara | 22/03/2025 12:41
Esposa de preso, advogada denuncia revista abusiva e gestão em presídio
Estabelecimento Penal de Corumbá (Foto: Divulgação Agepen)

Advogada de 49 anos, esposa de interno do EPC (Estabelecimento Penal de Corumbá) registrou boletim de ocorrência contra o diretor do estabelecimento, Ricardo Bacarat, alegando que ele está cometendo abuso de poder, determinado revistas abusivas de familiares, além de vender celulares para internos e, depois apreender os equipamentos, forjando flagrantes.

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Uma advogada acusa o diretor do presídio de Corumbá, Ricardo Baracat, de abuso de poder, alegando medidas arbitrárias e venda de celulares a presos. Baracat nega, afirmando que as acusações são caluniosas e que intensificou o combate a ilícitos. A Agepen investiga as denúncias. O caso envolve supostas agressões a internos e restrições a direitos, como visitas e intérpretes para presos surdos. Baracat acusa a advogada de ter interesses pessoais no caso. A situação está sendo investigada pela Polícia Civil.

As denúncias da advogada Girlene Soreto citam outros presos, que são atendidos por ela. Em resposta, Bacarat também registrou boletim de ocorrência, alegando que as acusações são calúnias, difamatórias e uma reação ao trabalhou que passou a implementar, no combate a entrada de material ilícito na penitenciária.

A informação, compartilhada pelo canal Direto das Ruas por familiares de internos e defendida pela advogada Girlene Soleto, é que, desde que assumiu a direção da unidade prisional, em dezembro de 2024, Ricardo vem aplicando medidas arbitrárias para impor poder.

No boletim de ocorrência, a advogada relata que o diretor negou pedidos oficiais, como a autorização para a presença de um intérprete de libras no atendimento de um preso surdo e a permissão para um interno visitar sua mãe, que estava em estado terminal de câncer.

Além disso, a advogada afirma que o diretor teria vendido celulares dentro da penitenciária, avaliados em R$ 10 mil, para depois apreendê-los e aplicar punições. "Outros presos teriam comprado aparelhos celulares dentro da penitenciária, no valor de R$ 10 mil, vendidos pelo próprio diretor. Depois ele fez vistorias para apreender os aparelhos e aplicar punições", afirmou Girlene em entrevista ao Campo Grande News.

A advogada também relata que, durante uma reforma na gestão, servidores teriam revirado alimentos levados por visitantes, mesmo após passarem pelo detector de metais, além de apreenderem dinheiro que os presos haviam deixado para a compra de produtos na "cantina" e diminuírem o tempo de entrega de materiais.

"Há relatos de agressões, como internos com costelas quebradas e outros que ficaram desacordados por dias. Quando tentam denunciar, são transferidos para Campo Grande sem aviso aos familiares. Sabemos que faccionados têm tratamento mais rígido, mas isso está fora do normal", completou Girlene.

Esposa de preso, advogada denuncia revista abusiva e gestão em presídio
Novo horário para entrega de pertences aos presos (Foto: Direto das Ruas)

Em defesa, Ricardo Baracat foi até a 1ª Delegacia de Polícia Civil para alegar que as acusações são falsas. Segundo o documento obtido pelo Campo Grande News, Ricardo disse que tem intensificado o combate à entrada de ilícitos na unidade e implementado ações para melhorar a disciplina. Ele também desmentiu os casos de agressão, afirmando que, se fosse verdade, tais fatos seriam amplamente divulgados por internos, familiares e servidores.

O diretor ainda afirmou que a advogada de ser casada com um preso na unidade, e que ela, ao passar pelo sistema de revista, não fez nenhuma reclamação ou denúncia sobre os procedimentos. A relação com o interno foi confirmada pela Girlene, mas ela diz que fez crítica às revistas no estabelecimento, tendo encaminhado ofício à Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário)

A Agepen se manifestou sobre o caso, ressaltando que o diretor tem se dedicado a combater ilícitos e melhorar a rotina disciplinar na unidade. A Agepen afirmou que todas as denúncias são rigorosamente investigadas e, se comprovadas, as medidas necessárias serão adotadas.

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