Ex-PM condenado por matar técnico de enfermagem em 2012 é preso na fronteira

Condenado a 19 anos de prisão por homicídio, o ex-policial militar Bonifácio dos Santos Júnior, 45, foi preso nesta quinta-feira (18) em Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.

O crime ocorreu durante confusão generalizada em frente a uma casa de shows na Rua Rio Brilhante, na Capital, em 28 de outubro de 2012, e teve como vítima o técnico em enfermagem Ike César Gonçalves, 29.

Na época, Bonifácio integrava a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, mas depois foi expulso em decorrência do crime, praticado com arma oficial da corporação.

O mandado de prisão expedido pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Campo Grande foi cumprido pela Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã no momento em que Bonifácio chegava para trabalhar como vigilante contratado pela prefeitura local.

Ike foi morto com tiro no rosto disparado pelo então PM em frente à casa de shows. Bonifácio chegou a atirar em outro homem, mas não atingiu o alvo. Depois, fugiu com a ajuda de um amigo que também foi denunciado pelo crime, mas acabou inocentado por não ter participado diretamente do homicídio.

Preso em flagrante por colegas de farda em sua casa horas após o crime, Bonifácio ficou menos de um ano recolhido e em 2013 ganhou liberdade beneficiado por habeas corpus. Em maio de 2015, foi levado a júri popular e condenado pelo crime.

Durante a sentença, o juiz Thiago Nagasawa Tanaka decretou novamente a prisão do ex-policial para cumprimento da sentença em regime fechado. Quatro dias depois, a defesa de Bonifácio conseguiu habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul para que ele recorresse da pena em liberdade.

Depois de quase nove anos, a Justiça decidiu, em definitivo, manter a sentença e determinou a prisão do ex-policial para cumprimento do restante da pena na cadeia. No dia do julgamento, em 2015, o juiz citou a periculosidade de Bonifácio dos Santos Júnior e considerou como agravante o fato de ele ser policial militar na época do crime.

Em depoimento na fase processual e durante o julgamento, Bonifácio alegou ter efetuado os tiros para o alto, para livrar o amigo de uma confusão. Disse ter se identificado como policial e que não teve a intenção de matar o técnico de enfermagem.

Entretanto, testemunhas oculares do crime desmentiram a versão e disseram que Bonifácio desceu do carro do amigo, se aproximou de Ike e disparou o tiro no rosto do rapaz. O ex-PM já foi levado para o sistema penitenciário estadual.

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