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Interior

Ex-prefeito paraguaio preso em MS vai a júri popular por matar jornalista

Juiz da Suprema Corte do Paraguai decidiu hoje que Vilmar Acosta Marques terá de enfrentar julgamento como mandante de duplo homicídio ocorrido na fronteira com MS em 2014

Helio de Freitas, de Dourados | 01/03/2017 14:39
Vilmar Acosta (camisa xadrez) durante audiência hoje no Paraguai (Foto: ABC Color)
Vilmar Acosta (camisa xadrez) durante audiência hoje no Paraguai (Foto: ABC Color)
Familiares e amigos de vítimas acompanharam audiência (Foto: ABC Color)
Familiares e amigos de vítimas acompanharam audiência (Foto: ABC Color)

O ex-prefeito de Ypehjú, cidade paraguaia vizinha de Paranhos (MS), Vilmar Acosta Marques, o Neneco, vai enfrentar julgamento público pelo assassinato do jornalista Pablo Medina e da acompanhante dele, Antonia Almada.

As mortes ocorreram no dia 15 de outubro de 2014 em Villa Ygatimí, departamento de Canindeyú, na fronteira com Mato Grosso do Sul. O julgamento ainda não tem data definida para começar.

A decisão foi tomada hoje (1º) pelo juiz da Suprema Corte do Paraguai Carlos Martínez. Neneco, que está preso em Assunção após ser capturado no município de Juti (MS) em março de 2015, tentou evitar sua extradição apresentando uma certidão de nascimento em território brasileiro, mas o documento foi considerado falso.

Repórter do ABC Color, principal jornal do Paraguai, Medina publicava denúncias ligando Neneco ao tráfico internacional de drogas. Na época do crime, o acusado era prefeito de Ypehjú. No mesmo ano, ele foi acusado de mandar matar um rival político local.

Política e crime – Protegido pelos caciques do Partido Colorado na região norte do Paraguai e amigo de políticos brasileiros, Neneco é suspeito de ter mandado executar pelo menos 20 pessoas na região de Paranhos.

A promotora de Justiça Sandra Quiñónez acusa Neneco de ser o mandante do duplo homicídio. Um dos pistoleiros teria sido Wilson Acosta Marques, irmão de Neneco, que está foragido.

O motorista de Neneco, Arnaldo Cabrera, já foi condenado a cinco anos de prisão por participação no duplo homicídio. Flávio Acosta Riveros, sobrinho de Neneco, está preso em território brasileiro aguardando extradição para o Paraguai.

Ricardo Paredes, advogado de Neneco, se irritou com a decisão do juiz e disse que seu cliente vai a julgamento apenas com base em uma história “inventada” pela promotora.

Familiares das vítimas acompanharam a audiência e elogiaram a decisão da Justiça. “Estamos muito satisfeitos com a decisão e esperamos que ele [Neneco] seja condenado com todo o rigor da lei”, afirmou ao ABC Color Dyrsen Medina, filha do jornalista, que foi ao Fórum acompanhando o avô e pai de Pablo, Dom Pablo Medina Bernal.

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