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Interior

Paraguai decide hoje se traficante preso em MS vai a júri por matar jornalista

Audiência de Vilmar Acosta, o Neneco, começou na semana passada e será concluída hoje; ele foi capturado em Juti em 2015

Helio de Freitas, de Dourados | 01/03/2017 09:45
Neneco (1º à direita) está preso em Assunção (Foto: ABC Color)
Neneco (1º à direita) está preso em Assunção (Foto: ABC Color)

O juiz paraguaio Carlos Martínez decide hoje (1º) se o traficante Vilmar Acosta Marques, o Neneco, vai a júri popular pelo assassinato do jornalista Pablo Medina e da acompanhante dele, Antonia Almada. As mortes ocorreram no dia 15 de outubro de 2014 em Villa Ygatimí, departamento de Canindeyú, na fronteira com Mato Grosso do Sul.

Neneco foi preso em março de 2015 no município de Juti (MS) e levado para Campo Grande, onde ficou na Superintendência da Polícia Federal até novembro daquele ano, quando foi deportado para o Paraguai.

Ele tentou evitar a deportação e recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) alegando que tem nasceu no Brasil. Entretanto, a Corte máxima do país reconheceu que Neneco usava um registro de nascimento falso.

A audiência preliminar começou na quinta-feira (23), mas foi suspensa após uma estratégia do advogado de defesa.

Neneco é acusado de mandar matar Pablo Medina por causa das reportagens investigativas que o jornalista fazia contra o criminoso, que na época era prefeito de Ypehjú, cidade paraguaia vizinha de Paranhos (MS).

Segundo o jornal ABC Color, um dos pistoleiros teria sido Wilson Acosta Marques, irmão de Neneco, que está foragido. O motorista de Neneco, Arnaldo Cabrera, já foi condenado a cinco anos de prisão por participação no duplo homicídio.

Outro acusado é Flávio Acosta Riveros, sobrinho de Neneco e que estaria preso em território brasileiro e sua extradição é solicitada pela Justiça do Paraguai.

Em silêncio – Nas três audiências em que participou depois que foi extraditado para o Paraguai, inclusive na ocorrida quinta-feira, Neneco manteve o silêncio sobre a morte de Pablo Medina e Antonia Almada.

A única vez que falou sobre a morte foi em agosto de 2015, dois meses antes de ser levado de Mato Grosso do Sul para o Paraguai. Negou ter ordenado os crimes e disse que só ficou sabendo das mortes depois do ocorrido.

O motorista dele, Arnaldo Cabrera, disse à Justiça paraguaia que Neneco usou o celular do funcionário para monitorar o atentado contra Medina.

Para o Ministério Público do Paraguai, está comprovado que Neneco instigou o assassinato do jornalista e de Antonia, que foi morta apenas por estar junto com Medina no momento do ataque.

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