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Interior

Fazendeiros fazem manifestação em Sidrolândia contra as demarcações

Jéssica Benitez | 13/06/2013 09:46
Protesto de ruralistas pede paz no campo (Foto: Região News)
Protesto de ruralistas pede paz no campo (Foto: Região News)

O feriado de Santo Antônio, padroeiro de Campo Grande, não impediu que produtores rurais da Capital se juntassem a manifestação que ocorre neste momento na BR – 060, em Sidrolândia. A união de fazendeiros de todo o Estado é para pedir paz no campo, após semanas de conflito entre eles e índios devido à demarcação de terras indígenas.

Munidos de panfletos explicativos, os ruralistas sustentam o lema “onde tem Justiça tem espaço para todos”. Junto ao material impresso, estão sendo distribuídas para aos motoristas que trafegam pela rodovia, pequenos pacotes com sementes de hortaliças. A simbologia representa a esperança de um novo começo aos homens do campo com pacificação.

Amanhã é a vez de Nova Alvorada do Sul receber a manifestação, no entroncamento dos BRs – 163 e 267. Para coroar o pedido de paz, produtores aguardam presença da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) entre outros parlamentares. Estima-se que mais de 4 mil fazendeiros, oriundos de todo Centro-Oeste, estejam presentes.

No início do mês, o presidente do Sindicato Rural da cidade, Osório Luiz Estralleoto, disse ao Campo Grande News que não há resistência em vender as terras ao Governo Federal. “Nós aceitamos vender as terras, desde que o governo pague o que é justo. Este impasse se arrasta há mais de 13 anos. Sabemos que os índios são vítimas de entidades que incitam a ocupação das fazendas”, justificou, fazendo referência ao CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e Funai (Fundação Nacional do Índio).

Ao todo são 17 mil hectares reivindicados pela tribo Terena. A cidade foi palco de grandes discussões e conflitos que tiveram o auge no dia 30 de maio quando Oziel Gabriel, de 35 anos, foi morto durante o cumprimento de uma ação de reintegração de posse. Houve confronto entre os indígenas e policiais federais. Para tentar amenizar a situação uma tropa com 110 militares da Força Nacional está em Sidrolândia para patrulhar a região das fazendas e aldeias.

Resolução Financeira – Na avaliação do presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, o investimento feito no estádio Mané Garrincha, construído para receber os jogos da Copa do Mundo 2014 em Brasília, avaliado em R$ 1,2 bilhão, seria mais que suficiente para pagar terras indígenas demarcadas, incluindo todas as benfeitorias, e sanar o conflito entre índios e fazendeiros em Mato Grosso do Sul.

“Claro que é apenas uma estimativa, mas somando 70 mil hectares acredito que seja cerca de R$ 1 bilhão para que o Governo Federal pague o valor justo pelas terras dos ruralistas do Estado. Depende de região para região, pode ser que seja até menos”, disse.

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