Fraude em Ladário incluía empresas fantasmas e combinação de preços
O esquema de fraudes na prefeitura de Ladário incluía combinação de preços e inserção de empresas fantasmas em licitações.
Nesta segunda-feira, a PF (Polícia Federal) deflagrou a “Operação Questor” e prendeu secretários municipais, servidores públicos e empresário. O prejuízo aos cofres públicos supera meio milhão de reais.
“Eles usavam combinação de preços e inserção de empresas fantasmas para beneficiar a empresa que já estava fechada com eles. Essa empresa vencia e repassava parte do dinheiro para o grupo. Temos funcionários públicos do alto escalão da Prefeitura de Ladário, inclusive secretários municipais envolvidos”, afirmou o delegado chefe da Polícia Federal de Corumbá, Alexandre do Nascimento, em entrevista ao Diário Online.
A PF apreendeu R$ 60 mil, em dinheiro, notas fiscais, documentos e dispositivos de armazenamento de dados de computadores. A prefeitura foi fechada para cumprimento dos mandados de busca e apreensão. Ladário é administrada pelo prefeito José Antônio Assad e Faria (PT). Ele não foi citado nesta operação, mas deve ser investigado.
Foram presos: Name Antonio Faria de Carvalho (Secretário Municipal de Finanças); Eliene Urquiza (Secretária Municipal de Educação); Candelária Lemos (Advogada Geral do Município); Márcio José Pimenta (Setor de Licitações); Samuel Molina (Contador); e Maria Helena Silva (Núcleo de Projetos da Prefeitura). A prisão é válida por cinco dias. Em Campo Grande, a PF prendeu um empresário.
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), as investigações iniciaram a partir de suspeitas de irregularidades na aplicação de recursos federais destinados à merenda dos estudantes da rede municipal de Ladário.
Em seguida, foi instaurado inquérito policial para investigação dos crimes de corrupção, fraudes em licitações, falsificação de documentos públicos e formação de quadrilha.
Generalizado - A Controladoria Geral da União também realizou fiscalização nas licitações e contratos da prefeitura de Ladário, entre 2008 e 2010, que envolviam recursos federais. Foram identificando irregularidades em todos os procedimentos analisados.
Sobrepreço, superfaturamento, direcionamentos e fraudes em licitações, conluio entre empresas e montagem de procedimentos licitatórios foram algumas das irregularidades encontradas. A situação foi verificada em todas as áreas investigadas: educação, saúde, saneamento básico, infraestrutura e habitação.
A operação também cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em Ladário, Corumbá, Dourados, Campo Grande, Barão de Cotegipe (RS) e Maringá (PR).
A investigação durou mais de um ano e foi realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União.
A operação possui este nome em alusão ao administrador financeiro da antiga Roma, “Questor”, responsável pela coleta de impostos, supervisão do tesouro e da contabilidade do “Estado Romano”, função equivalente ao atual secretário de Finanças.