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Interior

Frei nega ter sido ameaçado de morte por fazendeiros em Iguatemi

Aline dos Santos | 25/02/2013 11:39

O frei de Iguatemi nega ter sofrido ameaça de morte por parte de fazendeiros. A informação foi divulgada em nota pelo MPF (Ministério Público Federal), após receber uma carta do religioso.

“Na carta, disse que circula informações paralelas, falácias de que incentivo as invasões de terra. Mas, no documento, só queria esclarecer que faço trabalho de evangelização e promoção social em prol das comunidades indígenas, sem interferir na autonomia dos índios nem incentivar a ampliação de suas reservas”, relata o frei, que pediu para não ter o nome divulgado.

A nota informa que a ameaça de morte teria sido realizada verbalmente por fazendeiros e comerciantes de Iguatemi durante uma reunião, em janeiro deste ano, na sede da Associação Comercial do município. O caso foi repassado à PF (Polícia Federal). O frei nega ter sofrido a ameaça.

“Todo mundo é meu amigo. Muitos ficaram sabendo e estranharam”, conta. O frei está em Iguatemi há 16 anos. Ele relata que presta trabalhos sociais, aprendendo, inclusive a costurar e mexer com maquinário, para ensinar os índios. “Mas também aprendo muito com eles”.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) publicou portaria no dia 8 de janeiro reconhecendo a Terra Indígena Iguatemipegua I como de ocupação tradicional das famílias os guarani-caiuá, situada na área das terras tradicionais Pyelito Kue e Mbarakay. O documento delimita a terra em pouco mais de 41 mil hectares, em Iguatemi. A área abrange um total de 46 imóveis.

De acordo com a portaria, a situação fundiária em que hoje se encontram os índios é resultado de um processo histórico de expulsão das comunidades de suas terras, ora para a expansão da erva mate, ora para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.

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