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Interior

Fuzilado com 50 tiros, homem é 2º suspeito de assalto morto em três dias

João Vitor e Dagmar Cleidson Fêo, morto dia 14, faziam parte da mesma quadrilha de assaltantes, segundo policiais da fronteira

Helio de Freitas, de Dourados | 18/11/2019 11:52
Policiais no local onde suspeito de assalto foi fuzilado na noite de ontem, em Ponta Porã (Foto: Porã News)
Policiais no local onde suspeito de assalto foi fuzilado na noite de ontem, em Ponta Porã (Foto: Porã News)

Morto com pelo menos 50 tiros de fuzil na noite de ontem (17) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, João Vitor Barrios Hirakawauchi, 19, era suspeito de integrar quadrilha de assaltantes que age na fronteira com o Paraguai.

Fontes policiais ouvidas pelo Campo Grande News nesta segunda-feira afirmam que João Vitor fazia parte da mesma quadrilha de Dagmar Cleidson Fêo, 26, morto com 28 tiros de pistola 9 milímetros na tarde de quinta-feira (14), também em Ponta Porã.

Ao lado da vítima, os pistoleiros deixaram uma cartolina com as frases em castelhano “venho comunicar a todos os assaltantes de moto e de comércio e a todos os ladrões de caminhonetes, este é o resultado”.

No local da execução de João Vitor não foi deixado bilhete, mas policiais da fronteira acreditam que tenham sido os mesmos executores.

As mortes teriam sido ordenadas pelos chamados “barões da fronteira”, que atuam no comércio e no contrabando, descontentes com os constantes assaltos em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. Em muitos casos as vítimas foram torturadas, como ocorreu com um idoso, assaltado recentemente na fronteira.

João Vitor tinha sido detido semana passada na operação da Polícia Civil e da Polícia Militar que descobriu arsenal em duas casas nos bairros da Granja e Marambaia, em Ponta Porã.

Na quarta-feira (13), João Vitor, a mãe dele, Rosália Lopes, Marcos Vargas de Moraes, 35, e Ângela Daiane Ramires, 25, foram presos sob suspeita de envolvimento em assaltos e roubos na região de fronteira. João Vitor foi liberado, já que não houve flagrante, e morreu quatro dias depois.

Conforme policiais da fronteira, João Vitor e Dagmar tinham sido reconhecidos por duas vítimas de assalto. Dagmar estava foragido da justiça de Santa Catarina onde tinha sido condenado a 11 anos de prisão por assalto à mão armada.

Atuantes nos anos 80 e 90, os grupos de extermínios, que de autodenominam como "Justiceiros da Fronteira", voltaram a agir nos últimos meses. Pelo menos dez mortes foram atribuídas ao grupo desde o ano passado nas duas cidades.

Gestante – A mulher de 26 anos de idade, ferida nos olhos por estilhaços de tiros de fuzil no ataque a João Vitor, continua internada no Hospital da Vida, em Dourados. Familiares informaram que ela, no sétimo mês de gestação, está fora de perigo, mas reclama de muita dor nos olhos.

A gestante seguia na calçada quando o Gol conduzido por João Vitor foi cercado na Avenida Brasil e atingindo pelos tiros de fuzil. Atendida no hospital de Ponta Porã, ela foi encaminhada ainda ontem para Dourados.

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