Jovem é morto e tem mãos decepadas por “Justiceiros da Fronteira”
Grupo de extermínio deixou cartaz sujo de sangue próximo ao corpo, encontrado na manhã de hoje na margem da BR-463
“Justiceiros da Fronteira. Voltamos”. Essa é a mensagem escrita em um cartaz sujo de sangue deixado ao lado do corpo de Eduardo Córdoba Aquino, cidadão paraguaio de 21 anos. O corpo foi encontrado na manhã de hoje (30) ao lado da BR-463, no município de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.
Eduardo foi executado e teve as mãos decepadas, método adotado por grupos de extermínio que por muitos anos agiram na região de fronteira com o Paraguai para indicar que o morto era ladrão ou assaltante.
O corpo com os pés amarrados e um corte profundo na nuca foi deixado enrolado em um plástico azul. As mãos estavam ao lado do corpo. De acordo com a Polícia Civil, o cadáver foi achado perto de um ponto de concentração de caminhoneiros em greve.
Um dos caminhoneiros informou aos policiais que por volta de 03h30 da madrugada de hoje avistou um carro nas proximidades, mas não soube descrever características do veículo.
“Aviso geral: La cidadania pidió y volvimos. Estamos para la justiça de la cidadania, ya no robo y assaltos em la fronteira. Att. Justiceiros de la Fronteira. Volvimos... No mas robos em la fronteira”, era a mensagem escrita em espanhol no cartaz.
Em tradução livre, o cartaz diz: “A cidadania pediu e voltamos. Estamos para a justiça da cidadania, sem roubos e assaltos na fronteira. Assinado: Justiceiros da Fronteira. Voltamos”.
Segundo a polícia, no local também foram encontrados uma máscara, duas algemas e um relógio. A suspeita é que o rapaz tenha sido morto em outro local e o corpo jogado na beira da estrada, perto do distrito de Sangua Puitã.
O “Justiceiros da Fronteira” é um grupo de exterminadores que existe há vários anos na Linha Internacional, com atuação principalmente em Pedro Juan Caballero.
O grupo estava nas sombras há algum tempo, mas voltou a agir, segundo moradores da região, após o aumento de roubos e furtos em Pedro Juan e Ponta Porã. Esses crimes aumentaram nas cidades-irmãs após a expansão das facções criminosas que se instalaram na fronteira para controlar o tráfico de drogas.