Grupo de 600 índios Guarani-Kaiowa reocupa área em Juti, no sul de MS
Grupo de aproximadamente 600 indígenas Guarani-Kaiowa fez, na sexta-feira (15), o que chama de retomada de mais uma parte de território por eles chamados de terra indígena Taquara, em Juti, 320 quilômetros ao sul de Campo Grande. A informação é do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), destacando que o ato ocorre dois dias após o assassinato do cacique Marcos Veron, morto em 13 de janeiro de 2003, completar 13 anos.
Há 19 anos os índios reivindicam a demarcação de terras na região como sendo território indígena, com base em laudos antropológicos elaborados a pedido da Funai (Fundação Nacional do Índio).
Os estudos antropológicos para reconhecer a área como terra indígena foram iniciados em 1999. Em 2010, o Ministério da Justiça publicou a Portaria Declaratória de reconhecimento. Nestes seis anos o processo de demarcação emperrou, com questionamentos judiciais por partes dos fazendeiros, além de vários conflitos.
Veron foi um dos líderes da mobilização iniciada em 1997 pela comunidade indígena pela retomada da propriedade como território Guarani-Kaiowa. Os índios acusam fazendeiros da região de terem contrato jagunços para executar Veron.
Funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai), notificados da retomada, partiram na tarde de hoje para averiguar a situação do acampamento. Segundo relatos de indígenas, homens armados que rondam a retomada em caminhonetes fizeram ameaças contra os Guarani- Kaiowá e possíveis ataques podem acontecer a qualquer momento.
* texto editado às 12h34 de 16/01 para correção de informações.