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Interior

Homem é preso com farda que pode ter sido roubada de policiais em confronto

Prisão ocorreu na aldeia Tey Kuê, em Caarapó, e suspeita é que farda pertencia aos três policiais atacados por índios em junho de 2016

Helio de Freitas, de Dourados | 29/03/2017 16:32
Índio foi preso com camisa que faz parte do fardamento da PM (Foto: Divulgação)
Índio foi preso com camisa que faz parte do fardamento da PM (Foto: Divulgação)

Um homem de 44 anos foi preso em uma estrada de acesso à aldeia Tey Kuê, no município de Caarapó, a 283 km de Campo Grande, usando uma camisa do fardamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. A suspeita é que a farda pertencia a um dos três policiais militares espancados por índios em junho do ano passado, no mesmo dia do confronto com seguranças e fazendeiros, na fazenda Yvu.

De acordo com a Polícia Militar, após a denúncia de que o homem seguia pela estrada usando a farda, policiais de Caarapó foram ao local e prenderam o indígena, cuja identidade não foi revelada. Ele foi detido por contravenção e encaminhado à Polícia Civil, onde foi ouvido e foi liberado. A farda foi apreendida.

O Campo Grande News apurou que apesar da suspeita, não existe prova de que a farda pertencia a um dos policiais espancados por índios no dia 13 de junho do ano passado, já que a camisa tinha a insígnia da PM, mas não possuía a identificação do verdadeiro proprietário.

Segundo a Polícia Civil, o homem disse que a camisa da PM fazia parte de um fardo de roupas usadas que ele comprou em um brechó por R$ 45. Alegou não saber que era ilegal usar a roupa.

O confronto – Os três policiais militares seguiam para o local onde tinha ocorrido confronto quando foram atacados pelos índios. A viatura foi queimada, assim como um caminhão que passava pelo local carregando uma colheitadeira.

Espancados, os PMs perderam as armas e os coletes. Apenas duas pistolas foram recuperadas no dia seguinte ao conflito. Atualmente, 11 propriedades estão invadidas pelos índios em Caarapó, entre elas a fazenda Yvu, onde o agente de saúde indígena Clodioude de Souza, 26, foi morto a tiros no dia da invasão.

Os fazendeiros Nelson Buainain Filho, Dionei Guedin, Eduardo Tomonaga, o "Japonês", Jesus Camacho e Virgílio Mettifogo foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) por por formação de milícia armada, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal, dano qualificado e constrangimento ilegal. As penas podem chegar a 56 anos de prisão. O processo está em andamento.

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