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Interior

Homens denunciam trabalho escravo em zona rural de município

Viviane Oliveira | 20/01/2015 09:32

Três trabalhadores registraram boletim de ocorrência nesta segunda-feira (19) para denunciar que estavam sendo submetidos a condições de trabalho escravo na zona rural de Coxim, distante 260 quilômetros de Campo Grande. Lúcio Ferreira, 55 anos, Cassimiro Caetano da Silva, 57, e Vagner Gomes da Silva, 34, relataram à Polícia Civil que além de não ser cumprido o que havia sido combinado, eles chegaram a dormir no chão de um barracão aberto.

De acordo com registro policial, Lúcio e Cassimiro foram contratados para trabalhar no corte e remoção de árvores às margens da BR-163 e Vagner foi contratado na função de motorista. O trio receberia como pagamento R$ 2,2 mil. Como Lúcio tinha uma motosserra iria receber R$ 300 a mais pelo aluguel do equipamento.

No dia 5 de janeiro, Lúcio e Cassimiro saíram de Bandeirantes e foram até a cidade de Sonora para começar o serviço. No primeiro dia, eles dormiram em um hotel na cidade e receberam alimentação apenas na hora do almoço. Do dia 6 para o dia 7 dormiram no chão de um barracão aberto e no dia seguinte seguiram para Coxim, onde começaram a trabalhar. Além da alimentação ser de baixa qualidade, os trabalhadores continuaram a dormir em um barracão aberto, que funcionava a funilaria da cidade.

Ainda conforme boletim de ocorrência, no dia 15, os dois foram mandados por Helena a fazer a limpeza de bueiros no trecho Sonora/Coxim, serviço que não havia sido combinado com o empregador. No dia seguinte, quando Heleno pediu que fosse feita novamente a limpeza dos bueiros, os dois negaram.

Heleno, então, disse que os dois poderiam ir embora, só que não receberiam nada, porque não terminaram de cumprir todo o serviço. Os trabalhadores tentaram falar com o responsável pelo serviços, mas não foram atendidos.

Já Vagner, que foi contratado para ser motorista, ficou trabalhando como cozinheiro e ajudante geral, pois no local não havia veículo. Ao questionar Heleno sobre desvio de função, o funcionário foi informado que se quisesse poderia pedir a contas como os outros haviam feito. O caso foi registrado como redução a condição análoga a de escravo e será investigado na 1ª Delegacia de Polícia Civil da cidade.

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