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Interior

Juiz concede prisão domiciliar a mulher que aplicava golpes em nome da Caixa

Francielle Ketelyn de Almeida foi presa junto com o marido Alessandro Soares no dia 2 de outubro

Por Ana Paula Chuva e Helio de Freitas, de Dourados | 11/10/2023 14:52
Alessandro e Francielle no dia em que foram presos em Dourados (Foto: Divulgação | PCMS)
Alessandro e Francielle no dia em que foram presos em Dourados (Foto: Divulgação | PCMS)

O juiz Deyvis Ecco da 2ª Vara Criminal de Dourados, concedeu prisão domiciliar à Francielle Ketelyn de Almeida, 26 anos, na terça-feira (10). Ela foi detida no dia 2 de outubro, junto com o marido Alessandro Soares, 47 anos, acusados de usar documentos falsos da Caixa Econômica Federal para aplicar golpes milionários em empresários e produtores rurais.

A defesa do casal, composta pelos advogados advogados Maicon Ângelo Pricinato e Carlos Eduardo Evangelista, alegou que a mulher é ré primária e possui uma filha menor de três anos, além disso, alegaram que os clientes estariam sendo condenados nas mídias sociais antes mesmo da condenação transitar em julgado. Os defensores pediram também que o processo fosse colocado em segredo de Justiça.

Na decisão, o juiz considerou que Francielle é ré primária e que o crime de estelionato foi cometido sem violência ou grave ameaça. Ele ainda entendeu que a acusada tem uma filha menor de três anos de idade e que não há razões para impedir a prisão domiciliar, mas negou colocar o processo em segredo de justiça

“Mantenho a prisão preventiva da investigada e defiro a concessão de prisão domiciliar, devendo permanecer na residência indicada nos autos, não podendo se ausentar sem prévia autorização judicial, exceto para atendimentos e exames médicos”, determinou Ecco.

Golpes milionários – Segundo a Polícia Civil, Alessandro e Fracielle se passavam por correspondentes bancários da Caixa e aplicaram golpes em quantias milionárias na região de Dourados. Com eles, foram encontradas diversas cédulas de crédito bancário falsificadas, totalizando cifras de mais de R$ 2 bilhões.

 Uma das cédulas falsificadas tinha valor superior a R$ 498 milhões. Outra possuía grafada a cifra de R$ 300 milhões. “Os estelionatários ofereciam financiamentos nesses valores milionários se passando por correspondentes da Caixa Econômica Federal e exigiam para a realização do financiamento quantias de 100 mil a 200 mil reais. Outras diversas vítimas já haviam caído nos golpes”, afirmou a polícia.

Após as vítimas transferirem o dinheiro, os estelionatários afirmavam que não seria possível concluir os financiamentos alegando os mais variados motivos, como instabilidade no sistema bancário ou mudança de política do banco.

“Tudo legal” – Em depoimento na delegacia, os dois mantiveram a versão de que as transações eram legais e negaram cobranças indevidas. Alessandro afirmou que trabalha com financiamentos desde maio de 2022 e sua esposa é amiga da filha “dos diretores da Caixa”. Segundo ele, como ela possui especialização na área, essa amiga passou “algumas propostas” para que Francielle ajustasse os projetos.

 Afirmou que Francielle teria recebido 47 projetos de pessoa de dentro da Caixa e que a mulher, após treinamento, começou a fazer os projetos de forma autônoma. Até junho deste ano, ela teria feito oito projetos, cobrando valor de R$ 110 mil por projeto.

Sobre as cédulas de crédito apreendidas na casa, Alessandro afirmou que são fornecidas pela Caixa Econômica através de um link. Em relação aos projetos que teriam sido feitos pela mulher, alegou que o funcionário do banco com quem mantinha contato teria se apropriado do dinheiro. Ele citou o nome do suposto funcionário, que vai ser investigado. Entretanto, a polícia acredita que essa pessoa não existe.

Francielle também manteve a versão de que todas as operações eram legais. Afirmou ser projetista habilitada em financiamento e que o valor cobrado do empresário (R$ 110 mil) era referente à elaboração do suposto projeto. Ela afirmou não saber se seus outros “clientes” receberam os supostos financiamentos.

Cédula de crédito bancário no valor de quase R$ 500 milhões; documento é falso (Foto: Divulgação)
Cédula de crédito bancário no valor de quase R$ 500 milhões; documento é falso (Foto: Divulgação)

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