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Interior

Justiça concede liberdade para advogada ré por furto de cocaína

Conforme a denúncia Ministério Público, a droga pura despertou cobiça em delegacia

Aline dos Santos | 02/09/2020 09:14
Fachada da delegacia de Aquidauana, de onde a cocaína foi furtada. (Foto: Giselli Figueiredo)
Fachada da delegacia de Aquidauana, de onde a cocaína foi furtada. (Foto: Giselli Figueiredo)

A Justiça de Aquidauana revogou a prisão domiciliar e concedeu liberdade provisória para a advogada Mary Stella Martins de Oliveira, denunciada junto com o delegado Eder Oliveira Moraes pelo furto de 101 quilos de cocaína.

Foi determinada a expedição do alvará de soltura. A decisão, publicada na edição de hoje do Diário da Justiça, também ordenou as seguintes medidas cautelares diversas da prisão: comparecimento bimestral em juízo e proibição de se ausentar da comarca onde reside por mas de 15 dias, sem prévia autorização judicial.

A droga foi apreendida em 30 de maio de 2019 no compartimento oculto de um caminhão. O flagrante foi feito pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). Os 94 tabletes, que totalizaram 101 quilos, viajam de Corumbá para São Paulo. A carga valiosa foi deixada num cômodo que funciona como depósito, na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana, que não tinha cofre.

Contudo, conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a cocaína pura despertou cobiça. Ciente de que a droga não ficaria muito tempo em Aquidauana, o delegado fez contato com advogada Mary Stella já no dia 3 de junho, abrindo tratativas para o furto. Ela é casada com um condenado por tráfico de drogas.

A execução da primeira etapa do furto, na madrugada de 6 de junho, coube a dois presos que cumpriam pena no regime semiaberto. Depois, o delegado planejou a segunda etapa do furto, escolhendo a madrugada de 10 de junho.

Conforme a acusação, o delegado Eder Oliveira Moraes definiu as datas, o trajeto e deixou janela basculante aberta na delegacia de Aquidauana para o furto de 101,8 quilos de cocaína. A descoberta do crime levou a prisões e ao afastamento do delegado.

O processo também informa que após a primeira busca na casa da advogada, em 11 de junho, o delegado trocou o número de telefone que usava para falar com Mary Stella e sugeriu interceptação de veículo do Ministério Público.


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