Kadiwéus deixam 5 fazendas e reintegração prossegue
Cinco de onze fazendas invadidas pelos índios kadiwéus já foram desocupadas em Corumbá. De acordo com o advogado Carlos Souza, a reintegração dos outros imóveis rurais será retomada na quarta-feira pela PF (Polícia Federal). A retirada foi suspensa devido ao segundo turno das eleições.
Os pecuaristas e funcionários estão na fazenda Baía da Bugra, aguardando a liberação para entrar nas propriedades. A ordem para retirada dos indígenas foi dada no mês passado. A decisão é da juíza Raquel Domingues do Amaral. A reintegração de posse é válida para as fazendas Terra Preta, Vila Real, Limoeiro, Ressaco, Capim Gordura, Nova Um, Esteio, Santa Márcia I e II, Baía da Bugra e Duas Irmãs.
A invasão de 23 fazendas no Pantanal, denominada pelos índios como retomada, foi deflagrada em maio após o STF (Supremo Tribunal Federal) considerar nulos os títulos de terra localizados em área indígena no sul da Bahia. Conforme os fazendeiros, os kadiwéus estavam armados e expulsaram os funcionários.
Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os índios estão recuperando áreas invadidas pelos fazendeiros, que acabaram conseguindo título de posse da terra, apesar de ser área indígena. A demarcação da reserva foi em 1981.
A história da terra dos kadiwéus remonta ao Segundo Reinado, quando o imperador Dom Pedro II doou a área como contrapartida pela participação dos indígenas na Guerra do Paraguai. Há 25 anos, tramita no Supremo uma ação em que produtores e índios disputam 160 mil hectares.