Líder guarani-kaiowá vai à sede da ONU denunciar violência em MS
Simão Guarani-Kaiowá faz parte da delegação que participará da 57ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos
O líder indígena sul-mato-grossense, Simão Guarani-Kaiowá, da etnia guarani-kaiowá, está na sede do Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, para denunciar a violência envolvendo os povos indígenas no Estado. Simão faz parte da delegação indígena e indigenista, que participará da 57ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos.
"Estou aqui na ONU trazendo várias demandas do povo guarani-kaiowá, trazendo aqui toda a denúncia que ocorre no nosso território , que vem nos matando, vem nos desvalorizando, torando nosso território, nosso direito", disse ele em vídeo gravado em frente ao prédio da ONU.
Conforme nota divulgada pela Aty Guasu, a grande assembleia dos povos guarani-kaiwá, entre esta terça-feira (24) e sábado (28), será feito um "clamor" dos povos indígenas contra a Lei 14701/23, a chamada Lei do Marco Temporal, que teria intensificado de forma significativa o quadro de violências contra aldeias e retomadas no país e no Estado.
"A delegação pretende apelar aos países membros que dialoguem com o Estado brasileiro a respeito da Lei do Marco Temporal, porque a medida tem sido utilizada como argumento legal para impor dificuldades às demarcações. Além disso, tem levado a propostas de conciliação aviltantes ao direito originário garantido pela Constituição Federal", destaca a nota.
Os indígenas pretendem apresentar uma espécie de relatório dos eventos ocorridos nos últimos meses, que tiveram o seu pior momento com a morte de Neri Guarani-Kaiowá, da Terra Indígena Nhanderu Marangatu, em Antônio João.
Haverá, ainda, reuniões com missões diplomáticas e durante evento paralelo, no dia 27, a delegação estará com o relator especial da ONU para os Direitos dos Povos Indígenas, Francisco Cáli.
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