Parlamento europeu discute gestão e preservação do Pantanal
Evento na Bélgica também irá tratar de parcerias da UE que podem auxiliar na reversão de áreas degradadas
Nesta terça-feira (24), o Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica, discute o papel da União Europeia na proteção do Pantanal. O evento “Rumo a Belém: Moldando o futuro das áreas úmidas na agenda climática” irá abordar como a preservação desse ecossistema está diretamente relacionada aos esforços globais de enfrentamento das mudanças climáticas.
O evento abordará a necessidade de cooperação entre o Brasil e a UE para garantir a conservação e gestão sustentável do Pantanal, assegurando o bem-estar das comunidades que dependem dele, incluindo povos indígenas e comunidades tradicionais. A discussão começará às 10h30 (MS).
Organizado pela deputada e ativista ambiental Annalisa Corrado, com o apoio da Wetlands International Europe, da EJF (Environmental Justice Foundation), do Instituto SOS Pantanal e da Chalana Esperança, o evento reunirá eurodeputados e especialistas para destacar o papel das áreas úmidas no combate ao aquecimento global, em preparação para a COP30, que será em Belém (PA), em 2025.
O encontro também tem como objetivo aprofundar a compreensão sobre o potencial das parcerias para áreas úmidas, acordos internacionais em que a União Europeia apoiaria países que não pertencem ao bloco na reversão de degradação de áreas úmidas.
Entre os principais palestrantes do evento estarão Pedro Miguel Costa e Silva, embaixador do Brasil na União Europeia, Florika Fink-Hooijer, Diretora-Geral do Ambiente da Comissão Europeia, Luciana Leite, Defensora da Biodiversidade e do Clima na EJF, e Chris Baker, Diretor da Wetlands International Europe, com um painel moderado pela eurodeputada Anna Cavazzini.
A discussão será realizada em momento estratégico: enquanto incêndios mais uma vez devastam o Pantanal, o Parlamento Europeu deve escrutinar nas próximas semanas os indicados a assumir diferentes postos de liderança da Comissão Europeia.
Entre eles, estão os indicados aos cargos de Comissário para o Ambiente, Resiliência da Água e Economia Circular Competitiva e para o Clima, Emissões Líquidas Zero e Crescimento Limpo. Se aprovados, esses líderes podem influenciar parcerias como as das áreas úmidas, definindo prioridades para o próximo ciclo legislativo, alocando recursos e estabelecendo políticas e acordos internacionais.
Ao mesmo tempo, o Brasil enfrenta um intenso debate sobre a implementação do EUDR (Regulamento de Desmatamento da União Europeia). Embora o regulamento ainda não inclua áreas não-florestais como Pantanal, há a possibilidade de que o bioma seja contemplado em futuras expansões da regulamentação.
Recentemente, ministérios da Agricultura e Pecuária e das Relações Exteriores enviaram carta à União Europeia solicitando o adiamento da aplicação da EUDR, movimento duramente criticado por organizações da sociedade civil brasileira, que consideram o regulamento essencial para combater o desmatamento.
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