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Meio Ambiente

Pedaço de chão ajuda a entender por que é tão difícil apagar fogo no Pantanal

Subsolo tem camadas de material orgânico, que são altamente inflamáveis

Por Cassia Modena | 19/09/2024 11:45
Pedaço de chão Pantanal: solo é rico em camadas de material orgânico, que pegam fogo mesmo abaixo da terra (Foto: Saul Schramm/Governo de MS)
Pedaço de chão Pantanal: solo é rico em camadas de material orgânico, que pegam fogo mesmo abaixo da terra (Foto: Saul Schramm/Governo de MS)

Olhar a foto tirada pelo fotojornalista Saul Schramm ajuda a entender por que é tão difícil combater o fogo no Pantanal, quando comparado com outras regiões. A explicação está nas diversas camadas vistas na imagem, que lembram as de um bolo de aniversário.

"São várias camadas de sedimentação orgânica, que vão se acumulando ano após ano de enchentes e secas. Isso vira material combustível", diz a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Tatiane Inoue.

Sabendo dessas características, quando equipe de bombeiros ou de brigadistas consegue apagar completamente as chamas da superfície, não pode deixar o local imediatamente. O subsolo pode ainda contém calor, fazendo com que o Pantanal pegue fogo até por baixo da terra.

Esse fenômeno é chamado de fogo de turfa ou fogo de subsolo e subterrâneo. Ele ocorre em regiões de pântano, principalmente.

"Por isso que, quando a gente acaba extinguindo incêndio na superfície do solo, isso aqui [ela mostra a foto] acaba ficando com o fogo e caloria latente. Até que as condições atmosféricas daquele local acabam (ajudando) a reignir", continua a tentente.

Assim, mais água pode ser lançada nos locais queimados para resfriar o solo. Outra medida é acompanhar o surgimento de novos focos de calor na central de monitoramento com a ajuda de imagens de satélite.

O fotojornalista é da equipe do Governo de Mato Grosso do Sul e fez a imagem enquanto acompanhava uma equipe de combatentes, este ano.

Focos de calor - Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espacias), o Pantanal de Mato Grosso do Sul registrou 7.309 focos de calor entre janeiro e setembro deste ano. Nem todos esses pontos se tornaram incêndios, mas possuem esse potencial.

O combate também é feito no Cerrado e nos resquícios de Mata Atlântica presentes no Estado. O primeiro bioma teve 3.517 focos registrados pelo Inpe no mesmo período. O terceiro, 937.

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