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Interior

Líder indígena que espancou irmão é denunciado por lesão corporal

Conclusão do inquérito sobre ex-capitão da Aldeia Jaguapiré foi entregue ao Ministério Público Estadual

Mylena Fraiha | 14/06/2023 20:13
Moradores da Aldeia Jaguapiré fizeram manifestação pedindo afastamento de Valdenir e solicitando nova eleição de liderança (Foto: Tonico Benites)
Moradores da Aldeia Jaguapiré fizeram manifestação pedindo afastamento de Valdenir e solicitando nova eleição de liderança (Foto: Tonico Benites)

O ex-líder da Aldeia Jaguapiré, Valdenir Romero, foi denunciado ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) nesta quarta-feira (14) por prática de lesão corporal, qualificada pela violência doméstica familiar. Caso condenado, ele poderá ter uma pena de até três anos de prisão, de acordo com o inquérito da Polícia Civil de Tacuru, a 427 km da Capital.

Ao se apresentar na delegacia, Valdenir alegou ter "perdido a cabeça" devido ao seu recente retorno de Brasília, onde participou de uma manifestação relacionada ao Marco Temporal. Ele ainda afirmou que, devido ao “cansaço e fome”, acabou cometendo a agressão contra o próprio irmão.

Durante as investigações, foi constatado que a vítima, identificada como Edvaldo Romero, não apresenta deficiência física, mas enfrenta problemas de saúde mental. O martelo utilizado no ato foi apreendido como prova do crime.

Como medida preventiva, Valdenir foi afastado do comando da aldeia por um período de 90 dias, para garantir a segurança e a estabilidade na comunidade durante o desenrolar do caso. Os indígenas da aldeia fizeram um manifestação repudiando as agressões e também solicitaram uma nova eleição de liderança.

O caso -  O vídeo, divulgado nas redes sociais na última sexta-feira (10), revela cenas de marteladas nos pés e nas mãos do próprio irmão, que causaram indignação na comunidade indígena. O incidente ocorreu na Fazenda em Mundo Novo, em Tacuru.

De acordo com o coordenador da regional sul da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Tonico Benites, o capitão da comunidade foi quem divulgou em grupos de lideranças indígenas o vídeo que mostra a agressão com marteladas nos pés e nas mãos do próprio irmão.

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