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Interior

Mãe garante que sequência de erros matou a filha de 6 anos em hospital

Menina chegou com vômito e dores na barriga; no Hospital Regional, chegou a ser intubada

Por Dayene Paz | 19/07/2024 13:23


Uma mãe usou as redes sociais para denunciar que sequência de erros médicos levou a filha dela, de apenas seis anos, à morte. "A minha princesa só tinha seis anos. Tirou a coisa mais preciosa da minha vida", desabafou Jéssica Oliveira, de 32 anos. Ela procurou a delegacia de Três Lagoas, cidade distante cerca de 323 quilômetros de Campo Grande, onde o caso foi registrado como morte a esclarecer.

No boletim de ocorrência, Jéssica relata que a filha estava vomitando e então decidiu levá-la para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). A vítima fez exames de sangue e urina naquela unidade. Na sequência, ao olhar os exames, o médico disse que a criança estava desidratada e com uma "alteração no sangue". Então, prescreveu medicação e encaminhou a vítima ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.

Acompanhada da mãe, a criança seguiu de ambulância para a unidade, onde foi medicada com soro e nebulização. Também foi feito um raio-x do pulmão e, na sequência, mais uma transferência, porque não havia vagas no Auxiliadora. Dessa vez, a menina foi encaminhada ao Hospital Regional, onde deu entrada no dia 16 de julho.

No Regional, a mãe foi colocada em uma sala e entrevistada por uma médica, que perguntou sobre os sintomas da criança. Então, Jéssica respondeu que a filha estava vomitando, com diarreia, dor na garganta, e a barriga doendo. A médica questionou se a menina tinha alergia a Amoxicilina e outra medicação que Jéssica não se recorda o nome. Em resposta, a mãe disse que a filha nunca havia tomado ambos os medicamentos e que quando a vitima tinha dor de garganta, a medicava com Ibuprofeno.

Mais uma vez, foram solicitados exames de sangue e urina. Em seguida, a menina recebeu medicação na veia e pediu comida para a mãe. Como a filha não se alimentava direito havia dois dias, a mãe perguntou para a médica se poderia dar algo, tendo resposta negativa, porque a menina estava sendo medicada.

Mas, as dores na barriga continuavam. Algum tempo depois, uma enfermeira deu outra medicação e informou para Jéssica que causaria "coceiras na parte genital". Neste momento, o braço da menina estava "vermelho e empolado", relatou a mãe. A enfermeira, então, chamou a médica.

Depois dessa medicação, a mãe conta que a criança passou a ficar bastante agitada. Segundo o boletim de ocorrência, a médica chegou na sala e pediu que a mãe fosse até um corredor, porque iria fazer um pequeno procedimento na menina. Do corredor, a mãe contou que percebeu grande movimentação de profissionais de saúde até o quarto da filha e escutou um grito da menina.

Preocupada com o que estava ocorrendo, a mãe foi informada por uma médica que a filha estava em estado grave. "Estranhei a piora, porque minha filha saiu do UPA e do Hospital Auxiliadora bem, e após a medicação no Hospital Regional piorou de forma rápida", disse.

Ainda mais preocupada, a mulher pediu para ver a filha, porém teve resposta negativa da equipe médica. Só após cerca de oito horas, a mãe foi autorizada a ir na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde percebeu que a filha estava inchada e intubada.

Jéssica conta que outra médica a abordou e questionou se a criança havia caído, tendo em vista que o braço e o pulmão estavam inchados. A profissional também disse que havia perfuração e bastante ar no pulmão, e que a criança ficaria com sequelas. Mais uma vez, a mãe respondeu que a filha não havia caído e que na UPA ela estava bem.

Segundo a mãe, pouco tempo depois, um médico que se identificou como pediatra foi até a paciente e fez duas novas perfurações, sendo uma no pescoço e outra na região da costela. Na sequência, deixou o local. Jéssica relata que decidiu ir buscar alguns pertences, quando foi abordada pelas assistentes sociais do hospital e aconselhada a ir para casa. A mãe disse que enquanto a filha estivesse internada ela permaneceria ali.

Quando retornou, Jéssica foi impedida de entrar na UTI, pois estava sendo feito procedimento em outra criança. A mãe, então, disse que foi encaminhada a uma sala onde estava um psicólogo e mais duas assistentes sociais. O psicólogo perguntou o que de fato havia acontecido com a paciente, tendo como resposta que a criança estava com dor de garganta, vomito e dor na barriga.

Novamente, a mãe foi questionada se a filha tinha problemas de saúde. Ao responder que não, duas profissionais entraram na sala, uma delas médica, dizendo que a criança teve paradas cardíacas e morreu.

Na delegacia, a mãe esclareceu que a filha nunca teve problemas de saúde e era acompanhada pelo posto do Bairro São Carlos. Jéssica diz que a criança possuía uma hérnia umbilical e que era tratada por pediatra, já com indicação de cirurgia, porém não se tratava de doença grave.

No atestado de óbito consta como causa da morte "pneumonia dupla". A reportagem entrou em contato com o Hospital Regional e foi informada que será emitida uma nota oficial sobre o ocorrido.

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