Mãe para velório e retira corpo da filha ao descobrir tentativa de aborto
Helemary dos Reis, 52, mãe de Aline dos Reis Franco, 26, que morreu na terça-feira (6) após uma tentativa de aborto, parou o velório da filha que acontecia em Campo Grande na noite de ontem (7), após ser orientada pela Polícia Civil para encaminhar o corpo ao IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde será realizado a autópsia.
Aline saiu de Campo Grande na noite de segunda-feira (5) sozinha e foi para Porto Murtinho, a 421 km de Campo Grande, onde encontrou uma amiga. A garota que já tem dois filhos, estava grávida de dois meses e a suspeita da mãe, é de que ela viajou com a intenção de fazer o aborto.
A amiga, não identificada, contou para Helemary que recebeu Aline em sua casa, e a entregou um remédio que tem efeito abortivo. Ela passou mal. Teve convulsões, caiu no chão e bateu a cabeça várias vezes.
A jovem foi levada para o hospital de Porto Murtinho para receber atendimento, mas omitiu do médico local que estava grávida e que havia tomado um remédio abortivo. Ela foi encaminhada para Campo Grande em urgência, mas morreu dentro da ambulância já na cidade de Jardim.
"Lá na cidade, essa amiga foi ao cartório e fez uma certidão de óbito com o tabelião dizendo que Aline tinha morrido por causa de traumatismo craniano, devido a convulsão. Eu não acredito nisso, ela tomou o remédio, teria dado cólica nela e não convulsão, já que Aline nunca teve histórico disso", conta a mãe, que não acredita da versão dos fatos dada pela amiga.
No escuro - Porém, Helemary que mora em Água Clara, nem sabia que a filha estava grávida e muito menos, da tentativa de aborto. Aline teria dito que foi até Porto Murtinho entregar alguns pertences da amiga.
Na terça-feira (06), outra amiga de Aline, que morava com ela em Campo Grande, ligou para Helemary avisando da intenção da filha em abortar. "Eu entrei em desespero, liguei para o hospital de Porto Murtinho e disse que minha filha tinha abortado e a atendente me disse que ela deu entrada com pressão baixa".
Foi quando a amiga chegou com a certidão de óbito em Campo Grande, junto com o corpo. "Como que ela vai ao cartório e faz uma certidão com o tabelião? Há uma lacuna nessa história, nada está claro, então eu procurei a polícia", conta.
Na noite de ontem, Helemary foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) no Centro da Capital, contou a história e foi aconselhada e descobrir a verdadeira causa da morte de sua filha. "O delegado disse para eu interromper o velório e encaminhar o corpo ao Imol para que fosse feita uma autópsia. Eu não aceito o que aconteceu, impedi que essa mulher que deu o remédio para minha filha entrasse no velório dela. Acredito que ela faça parte de uma uma quadrilha".
O resultado da autópsia ainda não foi concluído e Helemary quer respostas. Aline deixa dois filhos, um de 11 anos e outro de 6, que serão criados pelos respectivos pais. "Minha filha estava desempregada, não sei porque ela tomou essa decisão".
O caso segue sendo investigado.