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Interior

Maior traficante da fronteira é denunciado 15 meses após ser preso no Brasil

Ministério Público do Paraguai quer julgamento público para Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”

Por Helio de Freitas, de Dourados | 20/05/2024 14:48
Miguel Ángel, o “Tio Rico”, preso no Rio de Janeiro em fevereiro do ano passado (Foto: Última Hora)
Miguel Ángel, o “Tio Rico”, preso no Rio de Janeiro em fevereiro do ano passado (Foto: Última Hora)

O Ministério Público do Paraguai apresentou denúncia contra o narcotraficante Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, considerado o maior traficante do Paraguai na atualidade e que atua também na fronteira com Mato Grosso do Sul usando empresas e templos religiosos para lavagem de dinheiro.

Alvo principal da Ultranza PY, a maior operação já desencadeada no país vizinho contra o tráfico internacional de cocaína, “Tio Rico” foi preso no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, no dia 9 de fevereiro de 2023 e atualmente está recolhido em presídio de segurança máxima em Asunción.

Assinada pelo promotor de Justiça Deny Yoon Pak, a denúncia formal acusa Miguel Insfrán de narcotráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa e pede que ele seja levado a julgamento público.

O documento de 712 páginas inclui 17 perícias de equipamentos eletrônicos e celulares, 1.600 documentos e depoimentos de 90 testemunhas. Segundo o promotor, “Tio Rico” é peça-chave no esquema de envio de grandes cargas de cocaína do Paraguai para países europeus, em sociedade do o uruguaio Sebastián Marset, que segue foragido.

Deny Yoon Pak afirma na denúncia que Miguel Ángel lidera o Clã Insfrán, do qual fazem parte seus irmãos José e Conrado, que se encontram presos, e Yolanda, foragida. José Alberto Insfrán Galeano é pastor e principal líder de congregação evangélica que possuía templos, empresas e propriedades rurais na linha internacional com Mato Grosso do Sul, na região de Paranhos.

Miguel Ángel é suspeito de ser mandante do assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, ocorrido em maio de 2022 na Colômbia. Marcelo Pecci foi morto por pistoleiros quando passava a lua de mel na Praia de Barú, em Cartagena das Índias. Na época, era um dos coordenadores da força-tarefa contra o crime organizado no Paraguai.

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