Mandado judicial determina que sem-terra deixem sede do Incra
Grupo com mais de 100 pessoas estão no Incra de Dourados desde segunda-feira (21) e alegam que vão deixar a sede nesta tarde (23)
Acampados desde segunda-feira (21) na sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Dourados , distante 233 km de Campo Grande, o grupo de 100 pessoas do MSTB (Movimento Sem Terra Brasileiro) recebeu ordem judicial para deixar o local nesta quarta-feira (23). Os representantes afirmam que cumprirão mandado, mas, que não deixarão de manifestar por agilidade no processo da reforma agrária.
De acordo com informações do site Dourados News, no documento mediado pelo juiz Moisés Anderson da Costa Rodrigues da Comarca de Dourados, consta o pedido de saída devido a possibilidade resultar em dano de patrimônio público.
Segundo o representante do manifesto, Antônio Silva da Cruz, o grupo sairá no local nesta tarde com um ato especial e depois haverá reunião nas bases para as próximas ações. "Nós vamos cumprir o que determina a Justiça, somos trabalhadores, cidadãos de bem e não desacataremos colocando em risco as famílias que estão aqui. Depois vamos para as bases e de lá vamos ver os outros atos", citou.
Outro representante, Douglas Elias, afirma que há descontentamento com a falta de posicionamento do Governo Federal para a causa e que o grupo antes favorável ao PT (Partido dos Trabalhadores) pode "abraçar a bandeira" do "Fora Dilma".
"Nós estamos insatisfeitos com esse Governo que antes de estar no poder, ia nos acampamentos e prometia que ia olhar para nossa causa e não fez nada. Não temos nenhuma resposta nem diante dos novos atos e se continuar assim vamos nos reunir com nossas bases e começar a a se posicionar contra o governo", destacou.
Ele cita ainda sobre a proposição do grupo para que o Incra contribua para a desapropriação de fazendas que tem comprovação de serem adquiridas com dinheiro ilícito, fator que continuará a fazer parte da luta do movimento.
Ainda conforme ele, deve haver invasão nesses locais, ação que será estabelecida nos próximos dias. "Eles falam que o problema é a falta de recurso para começar a reforma, mas as terras ilegais estão aí, está comprovado isso tanto nas terras do Bumlai quanto de outros corruptos que cresceram com uso do dinheiro público, nós defendemos isso para eles. Nós temos a invasão na Fazenda Carolina em Ribas do Rio Pardo que se enquadra nesse fato e quando deixarmos a sede devemos ir para outras fazendas dentro dessa irregularidade", citou.
Além das invasões o grupo cogita a possibilidade de atos em áreas centrais segundo os representantes. A previsão para que deixem o local é para as 13h e na retirada deve ser entoado o Hino Nacional.