Maníaco da Cruz havia tentado fugir várias vezes, diz superintendente
De acordo com o superintendente de Assistência Socioeducativa da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), Hilton Vilassanti, Dyonathan Celestrino, de 21 anos, conhecido como Maníaco da Cruz, fugiu porque estava revoltado com a permanência na Unei (Unidade Educacional de Internação). Desde 2008 ele estava na Unei Mitaí, em Ponta Porã por ter assassinado três pessoas em Rio Brilhante.
Ainda conforme Vilassanti, o jovem estava há mais de um ano indevidamente custodiado na unidade aguardando a transferência para uma unidade psiquiátrica compatível com a condição dele e com o tratamento a que deve ser submetido.
O ECA (Estatudo da Criança e do Adolescente) determina tempo máximo para a internação em Uneis de três anos. O prazo venceu em outubro de 2011 e no ano passado, depois de ação da Defensoria Pública, a Justiça determinou a trasferência de Dhionatan para um hospital psiquiátrico.
Ele permanecia na Unei, mesmo a Justiça tendo determinado internação compulsória, porque o Estado alegava não encontrar local adequado. “Depois de cumprir medida socioeducativa, ele sempre deixou claro que queria ir embora e várias tentativas de fuga foram feitas pelo jovem. Ele ficou revoltado e não cumpria mais a rotina da unidade”, disse.
A Unei de Ponta Porã, afirma Vilassanti, é uma unidade modelo dentro dos padrões da Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), porém o local não desenvolve aspectos de segurança como em presídios.
Fuga - Na manhã de hoje, funcionários perceberam a ausência do rapaz a ao fazer a revista. A última vistoria ocorreu ontem, às 18 horas e Dhionatan permanecia no local. Neste domingo, ao chegarem ao alojamento, os agentes viram a janela arrebentada.
Segundo eles, provavelmente o jovem conseguiu fugir usando apenas um cobertor. Como não há grades em Uneis aos moldes dos presídios, apenas a proteção de janelas comuns, um cobertor e um pedaço de madeira podem ter servido de torniquete.
Dhionatan completou 18 anos dentro da unidade. Os crimes em série foram cometidos por Dhionatan aos 16 anos, em Rio Brilhante, onde morava com a família.
Na época, ele confessou ter matado sozinho o pedreiro Catalino Cardena, 33 anos, em 24 de julho; a frentista Letícia das Neves, 22 anos, em 24 de agosto; e a estudante Gleice Kelly da Silva, 23 anos, no dia 7 de outubro, por considerar todos ateus. Depois de mortas, as vítimas eram deixadas em posição de crucificação. Por isso virou o "Maníaco da Cruz".
Policiais civis e militares fazem rondas na região em busca do jovem.