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Interior

Militares continuam sem pistas de sequestrados por guerrilha terrorista

Ex-vice-presidente do Paraguai e funcionário foram levados pelo EPP há quatro dias

Helio de Freitas, de Dourados | 14/09/2020 12:16
Área de mata onde ocorrem as buscas com apoio de índios (Foto: Última Hora)
Área de mata onde ocorrem as buscas com apoio de índios (Foto: Última Hora)

Hoje é o quinto dia de buscas ao ex-vice-presidente do Paraguai Óscar Denis Sánchez, 74, sequestrado quarta-feira (9) por guerrilheiros do grupo marxista EPP (Exército do Povo Paraguaio) na região entre os departamentos de Concepción e Amambay, a 60 km de Ponta Porã (MS). O funcionário dele, o indígena Adelio Mendoza, 21, também foi levado.

As buscas são feitas por militares da FTC (Força-Tarefa Conjunta), grupo de elite das forças armadas paraguaias, criado justamente para combater a guerrilha que desde 2001 sequestrou pelo menos 15 pessoas.

Índios da comunidade Pãi Tavyterã, da qual Adelioo faz parte, ajudam nas buscas. Ontem os índios percorreram dois mil metros no meio de matas fechadas acompanhados de militares armados, mas não encontraram pistas dos guerrilheiros. Nesta segunda-feira as buscas foram retomadas nos arredores de Iby Yaú, povoado que fica no meio do caminho entre Pedro Juan Caballero e Concepción.

O porta-voz da FTC, tenente-coronel Luis Apesteguia, disse que não pode divulgar detalhes das buscas para não colocar em risco a segurança das vítimas, mas confirmou que os índios também procuram pelos sequestrados. “Não podemos impedir que seus parentes o procurem”, afirmou.

Neste domingo, moradores de Concepción, cidade a 200 km de Ponta Porã, protestaram em carros, motos e a pé para cobrar a libertação dos sequestrados e de outras vítimas do grupo terrorista. As três filhas de Óscar e familiares do fazendeiro Félix Urbieta Ramírez, que está em poder do EPP desde outubro de 2016.

No fim de semana, comunidades indígenas e outros moradores do campo rejeitaram donativos entregues pelo governo por imposição do EPP como parte das negociações.

Apesar de enfrentarem a fome, as comunidades afirmam que as doações eram resultado de extorsão dos terroristas. Como resposta, estudantes da capital Asunción iniciaram uma campanha nacional para arrecadar alimentos para essas pessoas.

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