Militares mudam versão e negam confronto com guerrilheiros mortos
MP do Paraguai suspeita que narcotraficantes tenham executado os quatro membros da ACA, na sexta-feira
O caso envolvendo a morte de quatro guerrilheiros paraguaios na sexta-feira (19), na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, teve reviravolta no final de semana.
Depois de anunciar oficialmente que os membros da ACA (Associação Campesina Armada) tinham sido abatidos em confronto com militares, o comando da FTC (Força-Tarefa Conjunta) recuou. Na realidade, as equipes do grupo de elite das Forças Armadas paraguaias encontraram os guerrilheiros já mortos.
As mortes ocorreram no Parque Nacional Paso Bravo, nos arredores de Sargento José Félix López (povoado paraguaio conhecido como Puentesiño) e a 30 quilômetros de Caracol (MS).
Em comunicado oficial enviado ao Ministério Público do país vizinho, a FTC confirmou não terem sido seus militares os responsáveis pelas mortes de Víctor Mariz Domínguez, 51, Elizandro Balbuena Maríz, 22, Fredy Florenciano Campuzano, 19, e Emiliano Romero Valiente, 23.
Segundo a FTC, um grupo tático estava dentro da reserva natural do Parque Paso Bravo, quando tiros foram ouvidos, por volta de 12h30 de sexta-feira.
Os militares foram em direção ao local e encontraram os corpos de três homens. Horas depois, novos disparos foram ouvidos em outro ponto do parque. Novamente, os militares se dirigiram ao local e encontraram o quarto corpo.
Ainda na sexta-feira, o comandante da FTC, o capitão de navio Óscar Chamorro chegou a dar entrevista coletiva a jornalistas paraguaios para falar da eliminação dos guerrilheiros do grupo terrorista responsável por sequestros, assaltos e assassinatos na região norte do Paraguai.
Chamorro chegou a afirmar que os militares chegaram aos guerrilheiros depois de informações do serviço de inteligência. Entretanto, a mesma FTC negou o caso no ofício enviado ao MP e admitiu que encontrou os quatro homens já mortos.
Após o grupo de elite reconhecer que não foram seus militares os responsáveis pelas mortes, o Ministério Público paraguaio assumiu as investigações. A suspeita é que os membros da ACA tenham sido executados pela quadrilha de narcotraficantes chefiada pelo bandido conhecido na região por “Galo”.