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Interior

Ministério Público alerta para ameaça contra indígenas em MS

Priscilla Peres | 15/10/2014 16:52

Indígenas da aldeia Guyra Kambi'y, em Douradina - distante 196 km de Campo Grande, afirmam estar sofrendo ameaças. Segundo o MPF/MS (Ministério Público Federal), no último dia 10 uma liderança local foi seguida e ameaçada com uma arma de fogo, no caminho de volta de uma reunião na Prefeitura municipal.

O Ministério explica que já iniciou a investigação para identificar o autor da ameaça e que o caso é recorrente na região. Segundo o MPE, a violência na luta pela terra já resultou na inserção de índios no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, da Secretaria de Direitos Humanos Presidência da República, e trouxe ao estado militares da Força Nacional.

Nos últimos anos, os guarani-kaiowá acumulam episódios de ameaça e de retirada forçada de seus territórios tradicionais. "No ano de 2012, homens armados cercaram acampamento Arroyo Korá, em Paranhos, que reunia cerca de 400 indígenas. Tiros foram disparados e as colheitas da comunidade, queimadas. Um índio desapareceu".

O MPE ainda afirma que em 2011, o cacique Nísio Gomes foi executado com tiros na cabeça na comunidade indígena Guaiviry, no município de Amambai. No mesmo ano, índios do acampamento Puelito Kue, em Iguatemi foram atacados por pistoleiros. Vários indígenas ficaram feridos e o acampamento, às margens de uma estrada vicinal, foi totalmente destruído.

Em setembro de 2009, segundo o MPE, os guarani-kaiowá de Curral do Arame, na BR 463, a 10 km de Dourados, foram agredidos por um grupo de homens que entrou no acampamento atirando em direção aos barracos. Um índio de 62 anos foi ferido por tiros; outros indígenas, agredidos; e barracos e objetos foram queimados.

Um mês depois, em outubro de 2009, os professores indígenas Jenivaldo Vera e Rolindo Vera foram mortos durante expulsão do Tekoha Ypo´i, na Fazenda São Luiz, em Paranhos. Os dois professores foram mortos e os corpos, ocultados. O corpo de Jenivaldo foi encontrado uma semana depois dentro no Rio Ypo´i, próximo ao local do conflito. Rolindo Vera nunca foi encontrado.

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