Ministro admite corte, mas diz que Sisfron não para por falta de dinheiro
Oficiais do Exército afirmam que sistema recebeu até agora menos da metade dos recursos previstos; Aldo Rebelo disse que implantação continua “assim como foi ano passado”
O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, admitiu hoje (12) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, que o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira) tem sofrido cortes em função do contingenciamento de recursos adotado pelo governo federal, mas garantiu que, mesmo com menos dinheiro, o projeto não deixará de ter continuidade.
Implantado para fase de testes em 2013 na fronteira com o Paraguai, o projeto-piloto atinge uma área de 500 km de Mundo Novo a Bela Vista, mas oficiais do próprio Exército afirmam que em 2014 e 2015 o Sisfron recebeu menos da metade dos recursos previstos. A falta de dinheiro pode alterar a previsão inicial de implantar o sistema em todos os 17 mil km de fronteiras brasileiras em 12 anos.
“O Sisfron é um dos projetos estratégicos do Ministério da Defesa e do Exército e vamos manter os investimentos, porque o sistema é importante para o Brasil e tem despertado o interesse de todo o mundo, como prova a visita de 17 embaixadores de países da Liga Árabe”, afirmou Rebelo.
Segundo o ministro o Sisfron está “protegido” pelo governo federal, mesmo com os cortes. “Todos os programas do governo receberam menos recursos porque o país vive uma fase de ajuste e isso atinge as ações de defesa, de saúde, de educação, transporte, moradia. O que estamos assegurando é que os investimentos não cessarão e o Sisfron não vai sofrer nenhum prejuízo na sua continuidade por causa de uma redução momentânea de recursos”.
Questionado se os cortes não comprometeriam a execução do projeto, o ministro afirmou que o Sisfron teve continuidade em 2015, mesmo com menos dinheiro que o previsto. “Não comprometeram ano passado e não vão comprometer neste ano”.
Dilma vem conhecer Sisfron – Aldo Rebelo disse que já existe uma visita programada da presidente Dilma a Dourados para conhecer o sistema de monitoramento de fronteiras, como fizeram hoje os representantes da Palestina, Catar, Líbano, Kuait, Tunísia, Líbia, Mauritânia, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Egito, Sudão, Iraque, Liga Árabe, Marrocos e Jordânia.
A vinda da presidente para conhecer o Sisfron chegou a ser agendada para o dia 21 de dezembro do ano passado, mas três dias antes, logo após abrir credenciamento dos jornalistas para o evento, o Palácio do Planalto cancelou a visita para cumprir agenda em Salvador (BA).
O ministro da Defesa disse que o projeto do Sisfron tem demonstrado ser totalmente viável, que deveria ser comercializado para outros países e dessa forma gerar riqueza para o Brasil. “Não apenas defendemos como estimulamos que o projeto será repassado para outros países, desde que adaptado à realidade de cada nação. Após a visita de hoje, os embaixadores poderão repassar aos ministros de Defesa de seus países o conhecimento que estão tendo aqui”.