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Interior

Ministro do STF nega recurso e mantém pena de prefeito condenado por tráfico

Réu na Operação Materello, Alexandrino Garcia apelou à Corte, mas Gilmar Mendes negou recurso e manteve pena em regime fechado

Helio de Freitas, de Dourados | 28/05/2020 15:38
Alexandrino Garcia, do PSDB, perdeu outro recurso e segue condenado por tráfico de drogas (Foto: Reprodução)
Alexandrino Garcia, do PSDB, perdeu outro recurso e segue condenado por tráfico de drogas (Foto: Reprodução)

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou recurso ao atual prefeito de Aral Moreira Alexandrino Arévalo Garcia (PSDB) e manteve a condenação dele a quatro anos e oito meses de prisão por tráfico de drogas. Na mesma decisão, Mendes também negou pedido da defesa para suspender o início da pena e manteve o cumprimento em regime fechado.

Preso pela Polícia Federal na Operação Materello, em fevereiro de 2016 quando era vereador, Alexandrino foi condenado inicialmente a sete anos de prisão, mas recorreu e conseguiu reduzir a pena. Mesmo sentenciado por fazer parte de quadrilha internacional de tráfico de drogas, ele não cumpriu um dia sequer da pena. Em outubro de 2016, foi eleito prefeito da cidade de 10.500 habitantes localizada a 364 km de Campo Grande.

Em junho do ano passado, Alexandrino Garcia conseguiu liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para impedir o cumprimento imediato da sentença imposta pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região. Com isso, se mantém no cargo até agora.

Narcoquadrilha - Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) que levou à condenação, o político, atualmente com 44 anos de idade, fazia parte de bem estruturada narcoquadrilha formada por pelo menos 40 pessoas. A organização criminosa mandava droga para a Europa através do Porto de Santos, conforme a investigação.

O papel de Alexandrino Garcia organização, ainda segundo a denúncia, era apontar a “melhor época” para a chegada da maconha vinda do Paraguai e a cocaína trazida da Bolívia. Conversas telefônicas interceptadas nas investigações mostraram Alexandrino em contato com outros membros da quadrilha. “Poroú”, “Comedor”, “PR”, “Mister M” e “Guerreiro” eram os codinomes usados pelo político.

“As provas dos autos indicam sofisticação nas ações da associação criminosa, verificando-se a atuação direta do réu em transporte de drogas por meio de aeronave, a indicar o comércio ilícito de grande quantidade de drogas, o que restou roborado pela apreensão de toneladas de drogas ao longo da Operação Materello, bem como pela constante movimentação financeira realizada pelo réu juntamente ao doleiro que atuava para o grupo criminoso”, afirma trecho da ação penal.

Com a decisão de Gilmar Mendes, o STF deve comunicar o Juízo de 1ª instância para que expeça o mandado de prisão de Alexandrino Garcia. A defesa dele ainda pode recorrer ao plenário do Supremo. A reportagem não conseguiu falar com prefeito nesta quinta-feira.

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