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Interior

Na carreira há uma década, traficante rival de Piloto fugiu da prisão em 2017

Edson Ximenes Pedro, o “Pelincha”, foi preso pela primeira vez em 2007 como batedor de uma caminhonete carregada de droga em Campo Grande

Geisy Garnes | 17/01/2019 10:11
Equipes policiais durante operação nesta manhã (Foto: Divulgação)
Equipes policiais durante operação nesta manhã (Foto: Divulgação)

Edson Ximenes Pedro, o “Pelincha”, apontado pela polícia como um dos fornecedores de drogas e armas as favelas do Rio de Janeiro, atua como traficante na fronteira de Mato Grosso do Sul há pelo menos 12 anos. Alvo da Operação Bad Family, realizada em três estados brasileiros nesta quinta-feira (17), o suspeito é foragido da justiça carioca desde maio de 2017.

O histórico de “Pelincha”, hoje com 33 anos, no tráfico começa em 2007, quando foi preso pela primeira vez em Campo Grande. Naquela época foi flagrado por policiais rodoviários federais com o pai, Aparecido Dias Pedro, fazendo o serviço de batedor para uma caminhonete S-10, carregada com maconha e haxixe.

Na delegacia, confessou ser o dono do veículo e o responsável pela droga. Edson detalhou que era a quarta vez que traficava e que na ocasião venderia pouco mais de 21 quilos de maconha e um quilo de haxixe em Cuiabá, capital do Mato Grosso.

Em depoimento, o traficante contou que comprou a droga de um paraguaio na cidade de Paranhos – a 469 quilômetros de Campo Grande – onde morava com a família. Pagou R$ 30 pelo quilo da maconha e R$ 1,8 mil por 2.500 “bolinhas” de haxixe. Para levar a droga ao Mato Grosso, contratou Celestino Inácio Rohenkohl.

A S-10 - que estava no nome do irmão de Edson, que também é alvo da operação de hoje - foi preparada na fronteira e a droga escondida dentro do tanque de combustível. Para a polícia, detalhou que era a terceira vez que contratava Celestino para o “serviço” e que pagaria R$ 2,5 mil para ele dirigir a caminhonete.

Já naquela época, Edson relatou que venderia a droga para o “cara de uma favela” por um preço muito superior ao que comprou: cerca de R$ 250 o quilo da maconha e R$ 3 cada bolinha de haxixe, somando um lucro de R$ 7,5 mil.

Apesar de todos os detalhes repassados por ele na delegacia, em julgamento, negou o crime. Ainda assim foi condenado a 5 anos de prisão. “Pelincha” voltou a ser preso em 2013, desta vez no Rio de Janeiro, também por tráfico de drogas.

Lá, foi condenado a seis anos de cinco meses de prisão. Em dezembro de 2016 saiu do regime fechado para o semiaberto, cumpriu a pena por pouco mais de cinco meses e em maio de 2017 fugiu da prisão. Em outubro do ano passado voltou a ter a prisão preventiva decretada e desde então é procurado pela polícia do Rio de Janeiro.

Agora, as investigações da Operação Bad Family, realizada pela 25ª DP (Delegacia de Polícia) do Rio, apontam Edson e vários familiares como integrantes de uma quadrilha responsável por abastece em larga escala as principais comunidades da região metropolitana do Rio com drogas e armas.

Segundo a polícia, com o auxílio da esposa, irmãos e cunhado, “Pelincha” fornecia mensalmente cerca de duas toneladas de maconha e meia tonelada de cocaína aos complexos do Alemão, da Maré, do Lins e Jacaré, além dos municípios de Cabo Frio e Nova Friburgo, no interior do Rio, e em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.

Com vendas de drogas em atacado a quadrilha movimentava valores que ultrapassavam R$ 200 milhões ao ano.

Edson é ainda, segundo a polícia, um dos principais concorrentes de Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que atuava no Paraguai no envio de drogas e armas para o Rio. Líder do Comando Vermelho, o traficante foi expulso do país no dia 19 de novembro após assassinar uma jovem de 18 anos dentro da cela em que estava preso.

Nesta manhã são cumpridos 19 mandados de prisão: quatro no Mato Grosso do Sul, dois no Espírito Santo e 13 no Rio de Janeiro. Conforme apurado pelo Campo Grande News, três pessoas foram presas no MS.

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